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Discurso de despedida de Jardim Gonçalves

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Jardim Gonçalves renunciou aos cargos no BCP. Leia aqui o essencial do seu discurso de despedida:

«Como Presidente do Conselho de Administração e como Presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Millennium bcp, pautei sempre a minha actuação pela defesa dos interesses de longo prazo do Banco e do interesse colectivo dos Accionistas e restantes Stakeholders. Interesses que sempre foram convergentes e que sempre defendi no sentido da independência estratégica e da sustentabilidade da Instituição.

O ano de 2007 trouxe ao Banco momentos de instabilidade, mas que todos sabemos possíveis em sociedades cotadas - interesses específicos não convergirem com o interesse colectivo e de longo prazo da Instituição. O Banco soube sempre superar as dificuldades, encontrar as soluções adequadas e seguir em frente. O momento actual não é excepção, mas as divergências ocorridas fomentaram conjecturas e especulação sobre o verdadeiro interesse colectivo dos Accionistas do Millennium bcp, mantendo-se constante a percepção de uma forte incerteza, por parte do mercado e opinião pública em geral. É tempo de pôr fim à incerteza e marcar um rumo bem definido.

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É minha convicção de que urge clarificar os interesses em questão, para bem da Instituição; para que se manifestem e revelem os diversos projectos, sem reservas quanto à sua verdadeira natureza ou propósito e sem inibição ou constrangimento que os seus protagonistas possam sentir pelo facto de serem opostos, ou semelhantes, aos princípios, aos valores e à visão que sempre defendi e continuarei a defender para esta Instituição. Darei sempre o meu contributo para criar as condições propícias a essa clarificação. Foi com este espírito de clarificação, e desapego pelo poder, que em 2005 procurei encontrar uma solução de renovação e decidi não cumprir o último ano de mandato como Presidente do Conselho de Administração.

Aproximando-se o fim do mandato do Conselho de Administração Executivo e, por isso, o momento dos Senhores Accionistas serem chamados a eleger a liderança executiva do Banco, reflecti profundamente sobre a melhor

solução para a Instituição.

Tomei por isso a decisão de, uma vez encerrado o exercício, e a um ano do final de mandato, renunciar ao exercício de funções como Presidente do Conselho Geral e de Supervisão e Presidente do Conselho Superior do Banco Comercial Português. A presidência destes Conselhos passará a ser exercida, nos termos estatutários, pelos vice-presidentes Dr. Gijsbert Swalef e Dr. António Gonçalves, respectivamente, para quem peço o apoio e colaboração de todos. Sei que na vida de uma empresa, a sucessão é um dos seus maiores desafios, sobretudo, e como se prova empiricamente, quando se trata da

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liderança fundacional. Contudo, e apesar da expectativa que tinha de se poderem gerar condições de coesão no seio do Conselho de Administração Executivo, o que não se revelou ser possível, estou seguro de que o Banco possui na sua liderança e no seio dos seus corpos sociais e do seu excelente quadro de colaboradores as competências, a vontade e a disponibilidade necessárias para prosseguir o projecto Millennium, preservando a independência estratégica e a sustentabilidade de longo prazo.

Com a actuação do Conselho de Administração Executivo, do Conselho Geral e de Supervisão e do Conselho Superior e o apoio da base accionista, é minha convicção de que existem condições e continuarão os esforços no sentido de materializar os interesses de longo prazo do Banco Comercial Português.

Uma última palavra é devida. E é de gratidão. Agradeço a todos aqueles que de uma forma ou de outra me acompanharam neste percurso de vinte e dois anos de vida profissional. A todos os que, empenhadamente e de boa fé, fizeram do Millennium bcp o seu projecto e o ajudaram a crescer. A todos os que diariamente continuam, e continuarão, a fazer o Banco. Sei que saberão honrar o prestígio e a grandeza desta Casa. É essa a minha maior alegria».

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