Empresários portugueses planeiam maior investimento que o esperado

Afinal, e apesar da crise, os empresários portugueses planeiam investir este ano mais do que se esperava anteriormente. O montante global a aplicar pelas empresas em Portugal será maior, apesar de serem menos os empresários que falam em investir.

Novas estimativas indicam um crescimento nominal da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) empresarial de 7,8% para 2005, bem acima dos 6,2% anteriormente estimados num inquérito de Outubro de 2004, segundo um comunicado do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados de 2004 foram igualmente revistos em alta, passando de uma quebra de 0,6% para uma variação mais ligeira de -0,1%.

A difusão do investimento (percentagem de empresas que referem investimentos ou intenção de investir) para os anos de 2003, 2004 e 2005 também foi revista em alta. Em 2003 a percentagem subiu de 75,2% para 76,2%. Em 2004 subiu dos 64,9% para 73,1%, e em 2005 a estimativa de 49,9% foi revista para 57,5%.

Em 2004 a variação negativa do investimento deveu-se principalmente às quebras na Industria Extractiva de -20,1%, Actividades Financeiras de -18% e no Comércio -11,6%.

Quase 60% dos investimentos financiados por capitais próprios

O crescimento significativo do investimento para 2005 deve-se às estimativas de crescimento dos sectores, Transportes, Armazenagem e Comunicações a subir 30,6%, Electricidade, Água e Gás a subir 29,1% e Actividades Financeiras a subir 23,9%.

Entre 2003 e 2005, praticamente metade do investimento global destinou-se à aquisição de equipamentos. A percentagem do que se destina às construções subiu em 2005, atingindo quase um terço do investimento global, principalmente à custa da redução do investimento em material de transporte.

Com efeito, o investimento em construções passa de uma variação negativa em 2004 para 19,5% em 2005, enquanto que para aqueles anos o correspondente valor aplicado em material de transporte reforçou a quebra, que se situou em 16,8% em 2005.

As empresas continuam a recorrer principalmente ao auto-financiamento, tendo satisfeito por esta via 54,6% das suas necessidades de fundos para investimento em 2004, valor que subirá para 58,4% de acordo com as intenções de investimento para 2005. Esta fonte de financiamento assume particular relevância no sector das Actividades Financeiras situando-se acima dos 96%, tanto em 2004 como em 2005.

Quanto ao impacto do investimento na variação do número de pessoas ao serviço, prevê-se um crescimento de 1,2% para 2005.