O ministro dos Negócios Estrangeiros português, citado pela TSF, considera que só um milagre pode permitir um acordo em Dezembro sobre o orçamento da União Europeia.
No final da reunião dos 25 ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, Freitas do Amaral explicou que os Estados-membros não alteraram as suas posições e responsabiliza a presidência britânica por nada ter feito de relevante estes cinco meses em relação às negociações.
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Para o governante, uma das explicações para esta actuação prende-se com o facto da Grã-Bretanha ter «uma concepção pouco interessada no projecto europeu enquanto projecto político económico e social. À Grã-Bretanha interessa apenas o aspecto económico».
Outra razão, aponta o ministro dos Negócios Estrangeiros português, tem a ver com as dificuldades internas sentidas pelo governo britânico.
Se as perspectivas financeiras para as políticas da EU, até 2013, não forem aprovadas em Dezembro, o processo atrasa-se, alerta o ministro português.
Na prática, explica Freitas do Amaral, isso implica a «interrupção de projectos plurianuais que começaram com o orçamento anterior mas só acabariam com financiamentos de 2007/2008 e, por outro lado, a impossibilidade de começar projectos novos».
Se um acordo sobre o orçamento falhar, a situação vai prejudicar sobretudo as ajudas que os 10 novos Estados-membros querem receber e também as ajudas do alargamento a futuros Estados-membros.
A propósito destas criticas, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros reafirmou o compromisso da presidência britânica em chegar a um acordo sobre o orçamento comunitário.
Ainda assim, Jack Straw lembrou que todos os Estados-membros devem intervir, salientando que para se alcançar um acordo é preciso mais do que o simples empenho da presidência britânica.
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