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Governo: não precisamos preocupar-nos com crise dos cereais

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Preços podem subir em Setembro mas nada de dramático

Nem os portugueses, nem os restantes cidadãos da União Europeia se devem preocupar com a crise mundial de produção de cereais, garante o Ministro da Agricultura, Jaime Silva, citado pela «Rádio Renascença».

O Ministro explicou esta segunda-feira, no Porto, que a Europa produz em excesso, pelo que a situação interna está salvaguardada. «No que se refere ao mercado único da UE, este ano tivemos novamente uma situação normal. Vamos produzir mais 16 milhões do que as necessidades. Somos excedentários e exportamos o excedente para o mercado mundial», disse o ministro.

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Jaime Silva defende mesmo uma política de stocks estratégicos para evitar a especulação dos preços e rupturas em situação de crise. «Não podemos aceitar o que aconteceu no ano passado, em que acabámos o ano sem stocks. Temos que ter stocks de transição, para fazer frente a situações de crise climatérica em que haja uma quebra na produção numa cultura anual, de um ano para o outro», adiantou.

Os riscos, caso contrário, são grandes, explica Jaime Silva que, porém, se mostra confiante numa resolução para o problema. «Corremos o risco de ser confrontados não só com a subida dos preços, mas com a falta de mercadoria para abastecer o consumo normal na União Europeia. Até ao fim do ano, com as discussões sobre o futuro da Política Agrícola Comum, possamos introduzir um novo mecanismo de gestão de crises, que permita garantir stocks estratégicos dentro da União Europeia».

Governo tenta travar preços

Já quanto à eventual subida iminente do preço do quilo de arroz, o ministro da Agricultura garante a situação está a ser acompanhada pelo Governo português e que já foram, de resto, implementadas medidas de incentivo aos produtores, com resultados positivos.

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«A UE e Portugal já tomaram algumas iniciativas. Acabámos com os subsídios à exportação, liberalizámos as importações, dissemos aos agricultores que podem usar 100% das terras para produzir cereais. Os agricultores percebem que vale a pena produzir arroz nomeadamente em Portugal porque o mercado vai pagar o esforço dessa produção. Já aumentaram em cerca de 30% a área de cereais semeados», explicou o governante.

Por seu lado, a Associação Portuguesa de Orizicultores, que reúne os produtores nacionais de arroz, admite subidas no preço do quilo de arroz para depois do Verão. Carlos Laranjeira, não rejeita a possibilidade da nova campanha de produção, prevista para finais de Setembro, poder já reflectir os efeitos do aumento dos preços, mas desdramatiza a subida.

Um quilo de arroz tem o preço de um café

«Um quilo de arroz é o preço de um café. Quantos cafés as pessoas tomam por dia? Porque é que se está a fazer tanto barulho sobre o aumento do preço?»

O representante dos Orizicultores denuncia, por outro lado, as pressões das grandes superfícies sobre a indústria. «A indústria está a ser esmagada pelas grandes distribuições. Agora estão tão aflitos porque não há arroz no mundo e as grandes multinacionais estão a prender o arroz, é que as pessoas estão a reagir», acrescenta.

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