Ninguém sabe ao certo qual a dimensão deste negócio, precisamente porque uma grande parte do mesmo «não é declarado», como explica o presidente da Federação Nacional das Associações de Feirantes (FNAF), Fernando Assunção, à «Agência Financeira».
«Uma feira grande, como a Feira do Relógio, na zona de Lisboa, deve movimentar, por alto, 50 mil contos por semana», diz. São 250 mil euros semanais que os vendedores facturam, mas que nem sempre declaram.
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A «Agência Financeira» contactou o Ministério das Finanças, que confirmou a inexistência de dados, a nível central, sobre a fuga/fraude fiscal nesta área específica. Do Ministério da Economia e Inovação, que tutela o sector, também não foi possível obter informações ou estimativas sobre a dimensão do sector e do dinheiro que movimenta, porque esses dados, pura e simplesmente, não existem.
Sector emprega quase meio milhão de pessoas
A Federação admite que a taxa de ilegalidade nas feiras é elevada, sobretudo nas feiras de grossistas, onde os feirantes se abastecem. Aí, garante Fernando Assunção, mais de metade do que é negociado, não é facturado, ou seja, não é declarado, e foge assim ao Fisco. Nessas feiras há, inclusivamente, muito material de fábricas clandestinas, denuncia o responsável.
Os feirantes, segundo os cálculos da FNAF, são 200 mil, mas se contarmos com funcionários, armazenistas, etc, deverá existir cerca de meio milhão de pessoas que vive da actividade.
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Dados bem diferentes tem a Direcção-geral da Empresa (DGE), do Ministério da Economia e Inovação. Os últimos dados de que esta entidade dispõe dizem respeito ao final de 2005 e apontam para apenas 21.926 vendedores ambulantes e feirantes.
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