O presidente da Associação Portuguesa de Bancos assegurou hoje que a concentração na banca em Portugal «não é um problema» e que, para que o mercado e a concorrência funcionem, é preciso «um número mínimo de bancos com peso».
João Salgueiro falava aos jornalistas no final da sessão de abertura da conferência anual da Associação Europeia para a História Financeira e Bancária, este ano organizada pela Caixa Geral de Depósitos, em resposta a declarações do presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) esta semana no Parlamento.
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Abel Mateus disse quarta-feira na Assembleia da República que «existe excessiva concentração na banca portuguesa, superior à média europeia», o que foi entendido como dúvidas sobre a oferta pública de aquisição (OPA) do BCP sobre o BPI.
Concentração não é elevada
Para João Salgueiro, a concentração na banca em Portugal «não é baixa, mas também não é a mais elevada da Europa».
«Os bancos sempre foram a favor da concorrência», mas para que o mercado e a concorrência funcionem é necessário que haja «um número mínimo de bancos com peso», afirmou.
Questionado pelos jornalistas sobre se a concentração na banca estava a lesar os consumidores portugueses, João Salgueiro disse não ter lido o relatório da AdC e referiu que as margens dos bancos em Portugal não são superiores às praticadas na Europa. «São até inferiores», afirmou.
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos recusou fazer comentários à OPA lançada pelo BCP sobre o BPI.
«Não tomamos posição» sobre esse negócio, porque isso tem a ver com as estratégias das empresas, disse, afirmando que o importante é perceber se a operação permite que a banca continue a ter bons serviços junto do público.
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