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Juros: vêm aí as taxas zero

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A tendência de queda das taxas de juro está aí e veio para ficar. Com a crise financeira a alastrar rapidamente à economia real, as entidades monetárias estão a recorrer aos cortes agressivos das taxas para estimular a economia e tentar impedir recessões mais profundas. O resultado é que as taxas estão a aproximar-se vertiginosamente do zero.

Nos EUA, os juros estão em 1%, e a Reserva Federal acredita que serão necessários mais cortes. Mas nesta altura, em termos informais, ou seja, no mercado «overnight», as taxas estão muito próximas de zero. Aliás, as taxas de juro dos bilhetes do tesouro norte-americano chegaram já ao nível zero. No leilão desta quarta-feira, foram vendidos 30 mil milhões de dólares de bilhetes do tesouro (com uma maturidade de 4 semanas), licitados à taxa zero, tendo a procura sido superior à oferta em mais de 4 vezes. «Ou seja, o prémio que os investidores estão actualmente dispostos a pagar pela preservação do capital é a total ausência de remuneração», explica o ActivoBank7 numa nota.

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«Quando se esgota a possibilidade de baixar as taxas de juro, por estas não poderem ser negativas em termos nominais, poderá ser implementada uma forma de política monetária designada por «quantitative easing» (política expansionista baseada em operações de mercado aberto com critérios quantitativos), conforme explica o banco.

Euribor em queda livre

O ActivoBank7 adianta que, na Zona Euro, é menos provável que as taxas de referência cheguem a zero, dado que o BCE tende a ser mais moderado na condução da política monetária do que alguns dos seus congéneres, esperando-se, ainda assim, que o BCE venha a igualar o mínimo histórico de 2% atingido em 2003.

Ainda assim, com as descidas já praticadas, a taxa Euribor a 3 meses registou uma quebra de cerca de 2% nos últimos 2 meses, ainda que permaneça cerca de 1% acima da taxa de referência do BCE, diferencial que deverá diminuir ao longo dos próximos meses, para a sua média de longo prazo (0,15% a 0,20%).

Note-se que a taxa Euribor 3 meses prevista para Junho de 2009, de acordo com o mercado de futuros LIFFE da Euronext, é já de 2,63%.

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Fase má para a poupança

A expressiva redução das taxas de juro no mercado é, naturalmente, uma má notícia para os titulares de depósitos a prazo, os quais se deverão ver confrontados com taxas de juro cada vez mais baixas ao longo de 2009, à medida que os seus depósitos se vão renovando. Em poucos meses, as taxas de 5% a que estávamos habituados deverão passar para metade.

A classe de activos que mais tende a beneficiar num cenário de redução de taxas de juro e recessão económica é a das obrigações do governo.

Ainda assim, deveremos ter presente que as mesmas estão «historicamente caras». Logo que a economia comece a dar sinais de retoma, as obrigações do governo rapidamente perderão a sua atractividade face às obrigações de empresas e às acções.

Boas notícias para quem tem crédito

A descida das taxas Euribor é, naturalmente, uma óptima notícia para quem tem crédito à habitação. Ao longo dos próximos meses, e à medida que os contratos forem sendo revistos, as famílias vão sentir no bolso os efeitos desta forte queda das Euribor. A queda das prestações mensais depende de vários factores, mas para um empréstimo média, poderá ultrapassar os 100 euros.

O banco alerta que, mesmo que na Zona Euro, as taxas de juro não caiam para zero, os investidores devem preparar-se para uma conjuntura prolongada de taxas historicamente baixas, adequando as suas decisões em função desta expectativa.

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