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Médicos chegam a ganhar 100 euros por cada hora extraordinária

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denuncia o caso de um clínico que ganha 100 euros por hora para manter aberta uma urgência hospitalar, ou seja, 2.400 euros por dia.

O jornal «Público» dava conta, esta sexta-feira, de verbas que estavam a ser pagas a médicos para manterem as urgências hospitalares abertas.

Segundo a rádio «TSF», o caso relatado por este diário referia-se ao pagamento a um médico de 50 euros por hora, mas à «TSF» Carlos Arroz falou de um valor mais elevado equivalente ao dobro.

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«Há preços em Portugal já de 100 euros em hospitais públicos, os preços são as leis de mercado que estabelecem e algumas especialidades estão em défice», reconheceu.

Carlos Arroz explicou que este caso acontece com um anestesista algures num hospital do Alentejo, mas que prefere não particularizar.

Uma falta acentuada de médicos verifica-se também na especialidade de Obstetrícia e Pediatria.

Luís Graça, presidente do Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos, afirma que não conhece em concreto qualquer caso.

«Não tenho conhecimento, mas não me choca, porque a lei da oferta e da procura leva a uma inflação para estes preços, em termos de despesas gerais do hospital é irrelevante. De qualquer modo não podemos raciocinar assim, porque leva a uma distorção do mercado», adiantou.

Luís Graça diz que esta situação conduz a que médicos com a mesma qualificação tenham remunerações diferentes apesar do trabalho ser igual o que «não tem lógica».

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O responsável salienta ainda que nos últimos doze anos os hospitais perderam 130 especialistas nesta área.

A Ordem dos Médicos lembra a falta de peritos em certas especialidades e sustenta ter avisado a tempo e horas o poder político para a necessária abertura de vagas que continuam congeladas.

Pelo Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Arroz salienta a situação de médicos que andam por Portugal, em busca dos hospitais que melhor pagam as horas extraordinárias.

«Os médicos encontram-se na auto-estrada, saem de Cascais para as Caldas da Rainha, e vice-versa, ou seja, aquilo que não podem ganhar no hospital onde trabalham vão ganhar noutro. São as incongruências do mercado», disse.

«Esta correria por Portugal, à procura de benefícios financeiros legítimos, não me parece benéfica», acrescentou.

Carlos Arroz, do Sindicato Independente dos Médicos, reitera ainda que para poupar dinheiro é preciso fechar algumas urgências hospitalares e elogiou o caminho que está a ser seguido pelo actual ministro da Saúde.

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Manuel Delgado, presidente da Associação de Administradores Hospitalares, sugere uma solução e uma particular atenção por parte do Ministério da Saúde para estes problemas. O ideal seria fixar um valor para as horas extraordinárias.

«Deve haver uma análise atenta por parte da tutela, tendo em conta a necessidade de uniformizar alguns valores de pagamento para evitar que isto se transforme numa espiral de quem dá mais», defendeu.

Manuel Delgado sublinha ainda a importância desta questão, tendo em conta o caso das urgências, onde a gestão das despesas é particularmente difícil, «porque temos que prever recursos humanos em número e diversidade de especialidades grande».

O gabinete do ministro da Saúde sustenta ter conhecimento geral dessas situações e que uma equipa do ministério da Saúde prepara neste momento o registo remuneratório no serviço de urgências hospitalares.

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