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Médicos vão ganhar consoante o número de doentes atendidos

Cerca de dois milhões de portugueses vão ser atendidos pelas cem Unidades de Saúde Familiares (USF) que o governo vai criar este ano e qu4e permitirão aos profissionais de saúde ganhar mais se atenderem mais doentes.

A informação foi dada à agência «Lusa» pelo médico Luís Pisco, coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários, encarregue de dinamizar a reforma dos centros de saúde que a tutela está a empreender. Esta missão irá apresentar na quinta-feira as normas para o arranque das primeiras USF, bem como os grandes objectivos da reconfiguração dos centros de saúde.

Luís Pisco referiu que durante o presente ano deverão arrancar cem USF, as quais cobrirão uma população de dois milhões de portugueses. Estas USF, previstas no programa do Governo, serão compostas por médicos, enfermeiros e administrativos que deverão propor-se para assegurar uma unidade.

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As USF terão várias diferenças em relação à actual organização dos serviços de saúde primários, nomeadamente a nível do pagamento dos profissionais.

Segundo Luís Pisco, actualmente um médico ganha tanto se tiver uma lista com cem doentes ou dois mil. As USF irão compensar financeiramente os médicos que tiverem mais doentes nas suas listas.

Esta mudança não irá, contudo, influenciar a duração das consultas que será definida pelo «bom-senso clínico», acrescentou o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários.

Por outro lado, os doentes irão esperar menos tempo por uma consulta, uma vez que o aumento da acessibilidade é um dos grandes objectivos desta reforma.

De acordo com Luís Pisco, cada USF deverá abranger entre quatro mil e 18 mil pessoas e contar com três a oito médicos.

O clínico considera que a medida irá ajudar a ultrapassar a falta de médicos de família, que atinge cerca de 750 mil portugueses, embora reconheça que «não se trata de um milagre da multiplicação dos médicos».

Num documento de trabalho da Missão para os Cuidados de Saúde Primários, distribuído aos profissionais dos centros de saúde e a que a «Lusa» teve acesso, é garantido que a reforma em curso «tem que ser olhada pelos profissionais de saúde e pelos cidadãos como uma oportunidade de melhoria e não como uma ameaça».

Os dirigentes, directores e líderes do sector são vistos pela Missão como os «primeiros aliados» que «deverão ser rapidamente preparados, pela formação conveniente, pela responsabilização, pela fixação clara de objectivos e metas, pela confiante atribuição de meios e de autonomia de decisão».

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