Este ano, a Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) já desmantelou alguns grupos envolvidos neste tipo de burla, noticia o «Público».
Convincentes e bem-falantes, eis duas características detectadas no perfil dos indivíduos já identificados pelas autoridades nesta variante de burla. Numa fase inicial agrupam-se entre três a cinco pessoas e criam empresas de tipo variado e tentam captar aderentes. A «jóia» ronda os dois mil euros, desembolsados na ilusão de «ganhos astronómicos».
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Quando recebem os euros dos aderentes, estes assinam «um contrato», com uma cláusula «avisando que o valor entregue não é reembolsável e que a empresa cobrará uma comissão sobre todas as entregas e recebimentos». Baseada nos dados recolhidos em inúmeras investigações, a DCICCEF aponta outro pormenor: «A empresa avisa ainda que o subscritor deverá ter consciência que pode ser o último da cadeia e como tal não recuperar o capital investido».
A burla em pirâmide tem uma característica peculiar: a vítima acaba por, em muitas situações, assumir a pele do cúmplice, devido à natureza deste tipo de ilícito. A «pirâmide» só cresce, se houver uma adesão contínua de novos investidores, a maioria dos quais são aliciados por aderentes.
O esquema ganha alguma consistência, sobretudo quando alguns dos investidores recebem tentadores lucros mensais. Mas a ruptura é inevitável a curto ou médio prazo, quando estagna o número de adesões com a inerente diminuição do caudal de dinheiro fresco.
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