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Preços vão subir mais que a previsão do Governo

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Face aos dados divulgados sobre evolução dos preços em Março, a previsão de 2,3% para a inflação em 2006, apresentada pelo Governo, está cada vez mais longe de se concretizar.

Os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística relativos à evolução dos preços no mês de Março apontam para uma nova aceleração dos preços, com a variação homóloga a situar-se em 3,1%, valor que já não se registava desde Setembro de 2003.

Em comunicado, a UGT questiona a meta estabelecida pelo Executivo e recorda que em Setembro de 2005 avançou com uma previsão de inflação entre os 2,5% e os 3%, valor que «parece cada vez mais credível, não só face às previsões dos diferentes organismos nacionais e internacionais, mas sobretudo face à evolução mais recente dos preços».

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Estamos, uma vez mais, «muito preocupados com as consequências desta subida de preços no do poder de compra dos trabalhadores e pensionistas portugueses, já que os seus rendimentos têm vindo a ser actualizados com base num referencial que dificilmente será atingido», acrescenta a mesma central sindical.

O desvio entre a inflação prevista e a concretizada tem vindo a repetir-se nos últimos 7 anos, com consequências bastante negativas na melhoria do poder de compra dos trabalhadores e limitando os esforços e resultados esperados da negociação salarial.

Um novo desvio em 2006 poderá ter «impactos ainda mais negativos sobre as famílias, num ano em que a evolução do poder de compra já se encontra fortemente condicionada pelo aumento, algo inesperado, dos encargos com a habitação resultantes de aumentos das taxas de juro decididos pelo Banco Central Europeu».

UGT quer discussão sobre política de rendimentos

Assim, a UGT considera fundamental que, em sede de Concertação Social, se inicie brevemente uma discussão sobre a política de rendimentos, nomeadamente com vista à definição de uma nova previsão de inflação, mais realista e em conformidade com os desenvolvimentos e tendências recentes.

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Recorde-se que de acordo com os dados apresentados hoje, em Março de 2006, a variação mensal de preços foi de 0,5% (valor superior aos 0,3% de Março de 2005 e aos 0,2% de Fevereiro de 2006), o que fez subir a taxa de inflação anual de 2,4% para 2,5%.

Esta subida deveu-se sobretudo aos novos aumentos dos preços dos combustíveis que começaram já a ter importantes impactos nos restantes bens e serviços, especialmente na classe dos transportes.

Durante a primeira quinzena de Abril, o preço do petróleo nos mercados internacionais continuou a aumentar, mantendo-se ainda uma forte tendência para novas subidas.

Segundo analistas, é de esperar que, nos próximos meses, estas subidas dos combustíveis se continuem a reflectir no nível geral de preços existindo, portanto, uma forte pressão para uma nova subida da inflação.

Também a actualização «administrativa» de preços de alguns bens e serviços, que se verificou em Abril, deverá concorrer para uma nova subida da inflação nos próximos meses.

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