A forte queda das acções do Millennium bcp na sessão desta quarta-feira é alheia à eleição do novo presidente e administração do banco. De acordo com os analistas contactados pela Agência Financeira, esta descida abrupta deve-se sobretudo às notícias e perspectivas para o sector.
Os títulos do maior banco privado português já estiveram esta manhã a cair mais de 10 por cento e a tocar em mínimos de 2006, no dia a seguir da vitória de Santos Ferreira. No entanto, o pessimismo nos mercados tem sido geral, até porque o maior banco dos EUA, o Citigroup, anunciou ontem os piores prejuízos de sempre.
PUB
«Não é claramente o resultado da classificação de ontem porque foi positivo tanto para o curto como para o médio prazo», referiu um especialista de banca que preferiu ficar no anonimato.
Francisco Goarmon, da Probolsa, partilha da mesma opinião e justifica. «O BCP está a sofrer dos mesmos males do mercado e do sector e a recuperar o que não perdeu até agora».
Investidores atentos para «comprar»
E a razão é sempre a mesma. John dos Santos, da Lisbon Brokers, aponta as más perspectivas para o sector. Para além disso, o analista concorda que a eleição de Santos Ferreira é positiva, mas já era esperada. «Havia a expectativa e foi concretizada, por isso, muitos vendem no facto».
Já outro especialista baseado em Lisboa, sustenta: «são os mercados em geral e o sector em particular. Não desconta riscos, até porque o resultado da assembleia-geral quanto muito seria neutral ou positivo para o título».
Quanto a perspectivas, os analistas mantêm-se com alguma cautela, primeiro porque aguardam que Santos Ferreira fale sobre a sua estratégia e também para verem como vai evoluir o sector.
«Vai depender do resto do mundo. Os investidores devem estar atentos para «comprar», não para já, mas não deve faltar muito», diz Francisco Goarmon.
Neste momento, há mais de 21 milhões de acções transaccionadas, sendo que o título cai 8,65% para os 2,43 euros.
PUB