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«Renováveis serão sempre mais caras que petróleo»

Especialistas debatem co-relação entre matéria-prima e fontes alternativas

Alguns dos mais importantes empresários portugueses do sector estiveram esta quarta-feira a debater sobre se a escalada do preço do petróleo seria um impulso para as energias renováveis como fontes alternativas. As opiniões divergem, tendo o presidente da Iberol sido o mais incisivo ao garantir que «as energias renováveis serão sempre mais caras que o petróleo». Por sua parte, o responsável da GreenCyber aponta os biocombustíveis como a única solução para o problema do petróleo.

«O preço do petróleo é um impulso para as renováveis? Claro que não porque estas serão sempre mais caras que o preço do petróleo. O que faz subir o preço do petróleo é a desregulação dos mercados financeiros internacionais. Além de que os equipamentos das energias renováveis também são dependentes do petróleo», afirmou João Rodrigues.

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E de acordo com o mesmo «100 dólares por barril até é um preço barato para o petróleo».

«Sobrecusto da energia pode impedir-nos de ser competitivos»

Quem partilha da mesma opinião de que não há co-relação entre a escalada desta matéria-prima e a maior utilização das renováveis é o vice-presidente da Martifer. Para Jorge Martins, se por um lado a estatística mostra uma co-relação, por outro, sublinha que para pôr um parque eólico a funcionar são precisos quatro a cinco anos. Ou seja, são projectos planeados antes de se verificar a tendência do preço do petróleo aos níveis actuais, explicou o responsável que aponta as alterações climáticas para a forte aposta nas renováveis.

E opina: «O petróleo vai continuar a subir simplesmente porque não consegue a acompanhar o aumento da procura».

Já o presidente da portuguesa GreenCyber, Pedro Sampaio Nunes, aponta o custo do petróleo como uma das razões para o facto das energias alternativas estarem em voga. «O preço do petróleo torna viável as tecnologias para as renováveis, mas também temos de ter em contas as alterações climáticas e a segurança de abastecimento», comentou.

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Para Pedro Sampaio Nunes, «a única solução com capacidade para dar resposta ao problema do petróleo são os biocombustíveis, desde que haja o adequado quadro fiscal».

Críticas às tarifas de energia praticadas em Portugal surgiram várias. Se Sampaio Nunes diz que «a nossa economia está a pagar o sobrecusto, o que vai impedir que nos tornemos competitivos a níveis industriais».

A opinião de Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal, também já é conhecida. O responsável realçou que «o custo de produção de energia em Portugal é de 70, 80 e até já chegou aos 90 euros por MegaWatt (MW), mas que se teima em dizer que é de 50».

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