Os preços no consumidor desceram 1,5 por cento no mês passado em relação ao homólogo, contra a quebra de 1,6% registada em Setembro e «a ideia mais importante a reter relativamente à inflação em Outubro é que, finalmente, não foi registado um novo mínimo na taxa homóloga», refere o economista da Informação de Mercados Financeiros (IMF), Filipe Garcia numa nota enviada à Agência Financeira.
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No entanto, diz o economista que, «até ao fim deste ano é muito provável que se observem mais meses de variação homóloga negativa», adiantando que, «continuamos a considerar que não estamos perante um cenário deflacionista, ainda que a inflação média vá ser ligeiramente negativa no final deste ano, entre -0,5% e -0,8%».
As injecções de liquidez e os efeitos nos preços
Analisando as classes de preços que mais contribuem para uma evolução negativa nos preços, verifica-se que a alimentação e transportes são as mais importantes. «Tal facto é consistente com os aumentos de preços verificados há um ano, reflexo directo e indirecto da subida do preço do petróleo e das commodities agrícolas».
«O corrente ano será muito benigno em termos de inflação, mas continuamos preocupados com o efeito nos preços futuros que as injecções de liquidez feitas por bancos centrais e governos, já efectuadas ou planeadas, possam vir a ter», refere.
Para já, «tal não constitui ainda uma ameaça à estabilidade de preços já que a liquidez cedida não está a chegar, na sua totalidade, à economia, mas antes aos mercados financeiros», conclui o economista.
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