No entanto, não há consenso para que a transição seja feita pelo vice-presidente Filipe Pinhal.
Diversas fontes ligadas ao processo afirmaram à «Lusa» que diversos accionistas da instituição financeira têm desenvolvido contactos entre si para encontrar uma solução para a crise interna do banco, antes da assembleia-geral (AG) de 27 de Agosto.
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Os contactos têm sido feitos, especialmente, por representantes da construtora Teixeira Duarte. As mesmas fontes afirmam que os encontros deverão intensificar-se a partir de 16 de Agosto.
As negociações têm por base o regresso da instituição financeira ao sistema monista, definido pela existência de um conselho de administração alargado, com as funções de fiscalização atribuídas a um conselho fiscal e a um revisor oficial de contas.
A alteração do sistema podia ser feita já, na assembleia-geral de 27 de Agosto, ou adiada para a AGanual de Março do próximo ano, na qual serão eleitos os órgãos sociais do banco para um novo mandato.
Se for encontrado um consenso, tanto o presidente do conselho de administração do BCP, Paulo Teixeira Pinto, como o fundador do banco e presidente do conselho geral e de supervisão, Jorge Jardim Gonçalves, abandonariam os cargos que ocupam.
«Em qualquer caso, deve ser encontrada uma solução mesmo no quadro dualista actual, o mais rapidamente possível, ou seja, aquela que, para já, devolva estabilidade ao banco, postergando-se para mais tarde a alteração estatutária, se essa for considerada a melhor estratégia», explicou uma fonte ligada à Teixeira Duarte.
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Filipe Pinhal poderá ficar a liderar
Diversas fontes envolvidas nas negociações confirmaram que tem sido indicado o nome do actual vice-presidente do Banco Comercial Português (BCP) Filipe Pinhal para liderar os destinos da instituição financeira até Março de 2008.
No entanto, fontes ligadas ao grupo de accionistas que procuravam a alteração dos órgãos sociais do banco disseram que a indicação de Filipe Pinhal, gestor muito próximo de Jardim Gonçalves, para liderar o banco no período de transição não é aceitável.
Recorde-se que a última assembleia geral extraordinária do BCP, que decorreu a 6 de Agosto, no Porto, foi suspensa até ao próximo dia 27 pelo presidente da mesa da assembleia geral, devido a problemas com o sistema informático, que impossibilitava o registo de votos.
As acções do banco encerram esta terça-feira a cair 4,07% para os 3,54 euros.
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