O ministro das Finanças acredita que é este é o tempo certo para se avançar com uma reforma séria do sistema financeiro e do sistema de regulação e supervisão, mas teme que os sinais de desanuviamento façam perder o sentido de urgência dessas reformas.
«Há falhas sérias de regulação e supervisão financeira. Falhas no risco. Por isso, não podemos perder este momento para avançar com reformas indispensáveis a este nível», disse Teixeira dos Santos, no debate «Financial Sector Conference 2009: Strategies for a New Environment», que se realizou esta quarta-feira em Lisboa.
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«Estamos perto do ponto de viragem»
Teixeira dos Santos foi mais longe e sublinhou a importância de uma supervisão transfronteiriça.
«O Relatório da Comissão Europeia aponta para um sistema com transformações muito importantes para o sistema de regulação, que poderá levar à robustez do sistema financeiro. Será essencial avançarmos com um reforço desta supervisão, criando um sistema que permita também supervisionar realidades superfronteiriças. Estamos muito presos a uma supervisão apenas nacional», destacou.
Medo do «laxismo»
O ministro admitiu que esta crise mostra que um modelo demasiado dependente da auto-regulação leva a um certo «laxismo» e que algumas práticas de avaliação de risco «mostraram-se insuficientes» e deixa o exemplo: «O subprime mostra que os riscos se acumularam e que a avaliação do risco foi insuficiente. No fundo, fomos incapazes de avaliar o risco. Confiámos na capacidade das agências de rating para o fazerem, mas elas foram incapazes», atirou.
Quanto às offshores, garante, é outro desafio: «Vivíamos todos bem melhor sem essa questão dos offshores. Não temos que esperar que o mundo todo tome uma decisão, mas penso que a Europa devia tomá-la, para que alguma coisa mude a este nível. Se a Europa fizer alguma coisa, já faz mossa, logo poderão haver mudanças significativas».
Texeira dos Santos afirmou ainda que estas mudanças do modelo de regulação e supervisão são também um desafio em termos nacionais e que Portugal terá de ajustar-se a este novo quadro.
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