O administrador da Fábrica de Tabaco Estrela, em Ponta Delgada, confirmou esta terça-feira à «Lusa» que foram realizadas segunda-feira buscas às instalações da unidade fabril, detida pela Empresa Madeirense de Tabacos, relacionadas com a chamada «Operação Furacão».
Costa Martins adiantou à agência «Lusa» que os investigadores, «incluindo uma pessoa do Ministério Público, com um mandato no âmbito da operação», permaneceram na Fábrica de Tabaco Estrela durante o dia de segunda-feira.
PUB
O responsável adiantou que foram «pedidos vários elementos», caso de «dossiers normais» de uma empresa, como os relacionados com a «correspondência, compras e contabilísticos».
Empresa colaborou com autoridades
«Colocamos toda a documentação à disposição e tudo decorreu normalmente», frisou Costa Martins, que considerou normais as buscas, uma vez que «há duas ou três semanas já tinham estado na Madeira», no âmbito da mesma operação.
A notícia da ida de investigadores à Fábrica de Tabaco Estrela, no âmbito da «Operação Furacão», foi avançada segunda-feira pela TVNet.
A «Operação Furacão», que foi desencadeada em 2005, resultou em mais de meia centena de diligências em diversas empresas de vários sectores, desde a banca à construção civil. Trata-se de uma das maiores operações realizadas em Portugal, tendo levado já à constituição de mais de 200 arguidos, e teve recentemente, segundo a imprensa, novos desenvolvimentos com buscas efectuadas a empresas controladas pelos empresários madeirenses Joe Berardo, Horácio Roque e Jorge Sá, destinadas a recolher prova documental para o processo.
PUB
Documentos, suporte informático e cópias de discos rígidos apreendidos
Inspectores actuaram na Empresa Madeirense de Tabacos, de Joe Berardo, donde levaram documentos, suporte informático e cópias de discos rígidos para avaliar aspectos relacionados com alegada fraude fiscal.
A Empresa Madeirense de Tabacos é propriedade de Joe Berardo e do também madeirense Horácio Roque, através da sua holding pessoal, a Rentipar, e os dois são ainda sócios noutros negócios, como o Hotel Savoy, no Funchal.
Recentemente, o Procurador-Geral da República (PGR) admitiu que «até ao fim do ano é possível» que esteja concluído o inquérito relacionado com a «Operação Furacão».
PUB