A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) admitiu à Agência Financeira ter recebido várias queixas de clientes do Banco Best, na sequencia de dificuldades informáticas nas transacções em bolsa através do site do banco.
«Recebemos três ou quatro queixas e estamos a analisá-las para verificar se houve incumprimento pelo intermediário», referiu fonte oficial do regulador do mercado à AF.
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Em causa está uma actualização informática do sistema do Best que terá originado problemas aos seus clientes desde a passada segunda-feira. A Agência Financeira teve conhecimento de pelo menos dois investidores que se viram defraudados por esta situação.
«É um escândalo e isto dá muitos prejuízos para os clientes. Estive impedido de negociar e inclusivamente, fiz uma transferência de fundos que me deram por concluída, mas mais tarde verifiquei que não tinha sido efectuada», sustenta Joaquim Silva, cliente há cerca de um ano.
E adianta: «Já fiz uma participação à CMVM e continuo à espera de uma resposta oficial por parte do banco e só depois decidirei se exijo ser ressarcido».
Por seu lado, outro cliente há mais anos, Ricardo Crespo, diz já ter sido contactado pelo Best, mas que até ontem o sistema ainda funcionava com dificuldades. «A situação foi muito grave. Bloquearam-se acções e foram suspensas ordens», comentou.
Investidores lamentam não terem sido previamente informados
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No entanto, o director de marketing do Banco Best, Pedro Sousa Cardoso, assumiu que houve alguma perturbação do sistema no início da semana, mas que é natural isso acontecer quando há um «upgrade» e que «já foi ultrapassado».
Mas Joaquim Silva, garante que o sistema ainda não está a «100 por cento». «Já regressou quase tudo à normalidade, mas não tudo. E o sistema fica em branco e depois carrega outra vez».
Tanto Joaquim Silva como Ricardo Crespo lamentam sobretudo não terem sido previamente avisados desta actualização do sistema. Ocorrência que o Best desmente. «Todos os clientes foram avisados. Pode é haver um caso ou outro de alguém que não tivesse tido conhecimento», respondeu o responsável.
Pedro Sousa Cardoso diz ainda não ter sido contactado pela CMVM a propósito de queixas, mas que se houver algum pedido de indemnização, o banco irá avaliar se se justifica.
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