o secretário-geral da UGT admite que os sindicatos possam negociar aumentos salariais ou adaptabilidade de horários em troca da garantia da manutenção dos postos de trabalho. Reduções salariais é que não, frisa João Proença.
A crise foi o tema dominante da entrevista ao «Diga Lá Excelência» da «Rádio Renascença/«Público».
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João Proença manifestou-se muito preocupado com o aumento que a taxa de desemprego pode sofrer este ano: apesar da certeza de que vai subir, diz esperar que não atinja os dois dígitos. Mas considera que é necessário reforçar as medidas adoptadas pelo governo e o acompanhamento da sua aplicação, nomeadamente, com a participação dos sindicatos.
O que é negativo e não se justifica, diz o secretário-geral da UGT, é que o Governo e os partidos da Oposição contestem as propostas uns dos outros. Crise que também se reflecte na sindicalização: historicamente, os trabalhadores tendem a desistir, nomeadamente com medo de que a sua filiação possa pôr em causa o posto de trabalho.
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Mas a UGT quer inverter a tendência com mais acção dos sindicatos junto dos locais de trabalho e com a possibilidade da filiação directa de trabalhadores em Federação e Uniões. Nos últimos quatro anos, a UGT perdeu 50 mil filiados, mas ganhou outros 60 mil. Tem agora 520 mil trabalhadores filiados.
Apesar de ter manifestado vontade de sair da UGT, Proença já confirmou que vai continuar à frente da central para um último mandato, a partir do Congresso marcado para os próximos dias 20 e 21, na Aula Magna, em Lisboa.
Num balanço sobre os quatro anos de Governo PS, o secretário geral-da UGT, que também é dirigente socialista, diz que foi um Executivo de contradições. Além disso, há medidas que precisam de ser continuadas com outro Governo: socialista ou outro.
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