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BCE foca-se na inflação alta apesar de riscos excepcionais na economia

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Especialistas apontam para várias descidas do preço do dinheiro a partir de meados do ano

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter a taxa directora nos 4% por mais um mês, apesar da incerteza que ensombra o panorama económico, devido à elevada taxa de inflação e ao facto de considerar os fundamentais macroeconómicos da Zona Euro sãos, apesar de reconhecer a existência de «riscos excepcionalmente elevados».

BCE volta a manter juros nos 4%

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Na conferência de imprensa que decorreu depois da reunião em que foi decidida a manutenção da taxa, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, sublinhou que existem riscos em alta para a inflação a médio prazo na Zona Euro.

O responsável reconheceu também a existência de uma incerteza excepcionalmente elevada no que se refere aos efeitos da crise financeira na economia real. Recorde-se que os especialistas consideram cada vez mais provável que os EUA venham a entrar em recessão e que a economia europeia não escape incólume, sendo de prever um abrandamento económico na Zona Euro.

Para já, várias entidades admitem que o crescimento económico europeu será inferior ao anteriormente esperado. O Fundo Monetário Internacional é uma dessas entidades, e cortou cinco décimas às projecções para a economia da Zona Euro em 2008, para apenas 1,6%.

Inflação deve abrandar no segundo semestre e juros também

A travar um corte de juros na Zona Euro está o facto de a inflação ter atingido os 3,2% em Janeiro, um valor que, além de ser historicamente elevado, está muito acima do tecto de 2% fixado pelo BCE como ideal para garantir a estabilidade de preços.

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Assim, qualquer redução das taxas de juro só deverá ocorrer quando a inflação abrandar, o que se espera vir a acontecer nos próximos meses. Segundo Trichet, a taxa de inflação deve permanecer acima dos 2% nos próximos meses, para apresentar alguma moderação apenas na segunda metade de 2008.

Alguns analistas apontam para um corte das taxas a partir de Maio, embora muitos apostem que essa descida só ocorrerá na segunda metade do ano. A influenciar essas reduções deverão estar também os impactos da crise desencadeada pelo crédito de alto risco (subprime) na economia europeia, e que deverão ser mais visíveis nessa altura.

A decisão do BCE, de manter as taxas de juro, distancia anda mais a instituição da sua homóloga norte-americana, que optou por uma estratégia diametralmente oposta. A Reserva Federal optou por um corte drástico no preço do dinheiro, de 125 pontos base em apenas oito dias.

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