«A vigilância forte continua a ser essencial para garantir que os riscos para a estabilidade dos preços no médio prazo não se materializam», afirmou Jean-Claude Trichet na conferência de imprensa após a reunião do conselho de governadores onde foi decidido manter a taxa de juro de referência inalterada nos 3,5 por cento, avança a «Lusa».
O presidente do BCE tem usado a expressão «vigilância forte» antes de aumentar as taxas de juro, pelo que o mercado acredita que em Março haverá uma subida de 0,25 pontos percentuais do preço do dinheiro, para os 3,75%.
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«No longo prazo, permanecem os riscos de subida dos preços», afirmou Trichet.
No entanto, Trichet deixou a porta aberta para novos adiamentos da subida caso os dados económicos assim o justifiquem: «as circunstâncias estão a mudar» e «vão ser divulgados novos dados».
O presidente do BCE garantiu ainda que seguirá com atenção as negociações salariais, com os analistas à espera que as atenções se centrem na economia alemã.
Os efeitos da subida do IVA na Alemanha ainda não se repercutiram totalmente na economia, acrescentou o responsável do BCE, sugerindo que é necessário esperar mais algum tempo para avaliar a totalidade do impacto.
Os agregados monetários, medidas da liquidez da economia, continuam a expandir-se a um ritmo elevado, afirmou Trichet, mais um sinal de que se justifica um novo aumento das taxas de juro.
O preço do dinheiro encontra-se em máximos desde finais de 2001, depois de seis aumentos consecutivos desde Dezembro de 2005.
O mercado espera mais duas subidas das taxas de referência durante a primeira metade deste ano, para prevenir eventuais pressões inflacionistas, com a Zona Euro a chegar ao final do ano com uma taxa de 4,0%.
Os investidores vão estar hoje muito atentos às declarações do presidente do banco central, que serão proferidas na conferência de imprensa que começa às 13:30 de Lisboa, à espera de mais sinais sobre os movimentos futuros do preço do dinheiro.
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