O antigo governador do Banco de Portugal, Tavares Moreira, defendeu esta quarta-feira a redução dos ordenados dos políticos em Portugal, «seguindo o exemplo da Irlanda, que drasticamente reduziu os salários da classe politica, muito bem acolhida pela população em geral».
Em dia de discussão do Orçamento de Estado (OE), no Parlamento, Tavares Moreira falou para o Rádio Clube Português: «A redução dos salários políticos, da classe política central, governamental, parlamentar e empresarial» teria «mais-valias» não só ao nível da despesa «mas, sobretudo, pelo exemplo que dava ao país».
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Horas mais tarde, a proposta foi lançada no hemiciclo da Assembleia da República pelo líder centrista, Paulo Portas. Veja aqui a resposta de Sócrates
Pode haver risco de incumprimento pelo Estado
Na mesma entrevista, o ex-responsável pelo Banco de Portugal criticou o OE para 2010, considerando-o insuficiente para reduzir o défice em 1% este ano.
«É notório que este Orçamento de Estado não é a solução. Temo, mesmo, que faça parte do problema. Este Orçamento é largamente insuficiente tendo em vista a gravidade da situação financeira e económica do país», disse Tavares Moreira, avisando que, mais tarde ou mais cedo, «vai ser necessário adoptar medidas de austeridade».
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Por isso, o antigo governador deixou o aviso: «É preciso pensar muito bem se este Orçamento que vamos aprovar não engloba riscos sérios de incumprimento». Isto porque, «os juros da dívida que estão orçamentados, à volta de 5,5 mil milhões de euros, terão sido calculados a um custo» inferior ao actual.
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