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CGTP: «Há invocação instrumental da crise» para despedir

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Carvalho da Silva critica Governo de «reutilizar» medidas de apoio ao emprego

O secretário-geral da CGTP apontou o dedo às grandes empresas que estão a usar «uma invocação instrumental da crise» para avançarem com despedimentos, encerramentos totais ou parciais, falências, deslocalizações ou impedimento de aumento de salários.

Em conferência de imprensa, que decorreu esta segunda-feira na sede da CGTP, Carvalho da Silva disse que, depois de ter analisado cerca de 400 casos, existem encerramentos «fraudulentos».

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No entender do secretário-geral da Intersindical, há um actual bloqueio na situação económica, que tem causas nacionais e internacionais, que é catalogado de crise e que essa crise é invocada por muitas empresas à custa dos trabalhadores.

Orçamento Suplementar parte de cenário desactualizado

Por isso mesmo, Carvalho da Silva refere que já existem efeitos na realidade portuguesa deste «bloqueio» da situação económica, a nível interno e externo: acelerada destruição do sistema produtivo, aumento do incumprimento das leis, chantagem sobre o Estado, mais dificuldades para as micro e pequenas empresas e «uma gritante exploração da juventude portuguesa».

A CGTP refere igualmente que o Governo não tem agido de forma correcta e que os seus apoios dados aos bancos vão acabar por se «esvaírem sem que o sistema financeiro ajude a economia real».

«A maioria das empresas preocupa-se em recompor ou aumentar os lucros e não salvaguardar o emprego ou dar mais condições aos trabalhadores», disse.

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Carvalho da Silva disse ainda que o Governo ao querer ajudar vê-se «atolado nas suas contradições», ou seja tem dificuldade em enfrentar o poder económico-financeiro.

Risco de «secundarização» dos Centros de Emprego

As iniciativas de apoio ao emprego anunciadas esta segunda-feira pelo ministro do Trabalho, Vieira da Silva, e estimadas em 580 milhões de euros, não são novidade. Segundo o secretário-geral da CGTP, as mesmas já tinham mesmo sido anunciadas.

«O Governo pega num conjunto de medidas já anunciadas e vende o mesmo produto duas ou três vezes», disse Carvalho da Silva na mesma conferência de imprensa.

A única medida que ainda não tem portaria é, ainda de acordo com o porta-voz da CGTP, o alargamento do subsídio social de desemprego, mas os seus efeitos vão ser residuais.

Carvalho da Silva questionou igualmente a criação de 400 unidades de apoio a desempregados, lembrando que a medida não pressupõe mais meios ou criação de novos postos de trabalho devido ao facto destes novos gabinetes surgirem em autarquias, associações sindicais ou empresariais e entidades sem fins lucrativos.

«O que pode haver aqui é até uma secundarização dos centros de emprego», acrescentou.

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