Já fez LIKE no TVI Notícias?

BCE deverá cortar juros para 3% até ao final do ano

Relacionados

Cortes não estão a chegar ao sector privado porque o sistema bancário está congelado

O Banco Central Europeu (BCE) deverá cortar a sua taxa de juro directora em 75 pontos base para 3% antes do fim de 2008, antecipando uma provável recessão económica na Europa, afirmou o economista-chefe da Schroders, Keith Wade.

No passado dia 8, o BCE desceu a sua taxa em 50 pontos base para os 3,75%, numa coordenação sem precedentes entre os principais bancos centrais mundiais e que visava acalmar a turbulência dos mercados devido ao aprofundar da crise financeira internacional.

PUB

Este movimento coordenado, além de outros bancos centrais, envolveu a Reserva Federal norte-americana e o Banco de Inglaterra (BOE), tendo a China também descido a sua taxa directora.

«As taxas de juro vão estar baixas por mais tempo. Veremos as taxas de juro cair nos EUA, penso que irão cair até um pct antes do final do ano, o BCE também irá cortar para 3,0 pct até ao fim do ano e o BOE também irá cortar», disse durante uma conferência organizada pelo Diário Económico, salienta a «Reuters».

Recessão

Keith Wade adiantou que os cortes de taxas de juro nas principais economias mundiais deverão deixar o preço do dinheiro em níveis baixos durante todo o ano de 2009, mas não evitarão a desaceleração económica.

«Vamos ter uma recessão nos EUA e no Reino Unido e provavelmente teremos uma recessão na Europa. (...) No Japão o cenário também será de recessão», afirmou.

«A actividade nos países da OECD em 2009 vai ser mais fraca do que em 2001, iremos rever as estimativas em baixa, os países emergentes vao abrandar mas continuarão a dar suporte ao crescimento global», disse.

PUB

Keith Wade afirmou que as recentes medidas adoptadas pelos Governos europeus e dos EUA para estimular a liquidez dos mercados monetários e recapitalizar os bancos vão no sentido correcto.

«Ao fim de alguns meses iremos ver a liquidez a recuperar, acreditamos que as medidas que estão a ser tomadas vão ajudar a uma recuperação, acho que é a a acção correcta e no passado funcionou sempre», acrescentou.

O economista chefe sublinhou que, apesar dos cortes até agora efectuados pelos principais bancos centrais do mundo ainda não terem chegado ao sector privado, acabarão por ter impacto na economia real.

«Os cortes não estão a chegar ao sector privado porque o sistema bancário está congelado, está demasiado avesso ao risco. Daí terem surgido outros planos como os que vimos nos EUA, para tentar retirar a aversão ao risco", afirmou.

«O que é preciso ver são as taxas interbancárias a baixar. Quando isso começar, teremos a transmissão da política monetária a funcionar, mas ainda falta algum tempo» acrescentou.

PUB

Relacionados

Últimas