Os custos da programação e dos recursos humanos são os mais pesados no projecto do quinto canal de televisão em sinal aberto e vão definir o modelo que a Zon Multimédia deverá apresentar sexta-feira a concurso, afirma a agência Lusa.
O projecto, que em Novembro passado era considerado pela Zon como fechado e pronto a ser lançado, foi afastado pela administração da empresa devido aos seus custos.
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Estes custos estiveram na base do «chumbo» do projecto do canal apresentado por Emídio Rangel, já que o modelo defendido pelo ex-director-geral da SIC e da RTP incluía um investimento alto em informação, uma das produções mais caras da televisão, disse à Lusa uma fonte ligada ao processo.
Apesar de garantir que «não há ainda nenhuma decisão da administração», o porta-voz da Zon Multimédia, Paulo Camacho, admitiu que «entre as opções que estão a ser estudadas, há um grande consenso que qualquer modelo [a apresentar] tem de ter em conta as condições actuais sócio-económicas e os condicionalismos do processo» de cobertura do canal.
«Todos os canais em sinal aberto baseiam o seu modelo de negócio em receitas publicitárias», disse, lembrando que as previsões apontam para descidas dos investimentos dos anunciantes para o próximo ano.
Os gastos com a programação são um dos factores que está a ser mais discutido «para se chegar a um equilíbrio entre programas comprados fora e produzidos nacionalmente, que representam custos diferentes», acrescentou.
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Quanto custa a programação da SIC e da TVI
Comparado com os gastos a ter com a grelha de programação, os custos do investimento inicial para lançar o canal são praticamente irrelevantes, adiantou ainda Paulo Camacho.
A programação da SIC e da TVI custa anualmente entre 70 a 90 milhões de euros, lembrou o responsável que se escusou a referir valores de investimento pensado pela Zon.
Paulo Camacho não confirmou o afastamento de Emídio Rangel do projecto de quinto canal, assegurando que o jornalista «participou em todo o processo» e «continua a trabalhar como consultor» da Zon.
Quem faz parte da estrutura accionista
No entanto, uma fonte ligada ao processo adiantou à Lusa que o fundador da TSF «já não subscreve o projecto a apresentar a concurso» e que Emídio Rangel «afastou-se de todo o projecto».
A Zon Multimédia, cuja estrutura accionista inclui os grupos de media Cofina (4,91 por cento), Controlinveste (3,71 por cento) e Ongoing Investments (3,16 por cento), deverá ser a única empresa a apresentar-se ao concurso para o quinto canal, transmitido na plataforma digital terrestre.
A Zon conta ainda com accionistas como a Caixa Geral de Depósitos (15,09 por cento), BPI (7,74 por cento), Cinveste (5,79 por cento), Telefónica (5,46 por cento), fundação Joe Berardo (4,34 por cento) e Banco Espírito Santo (3,97 por cento), entre outros.
Depois de aprovado, o canal deverá ser lançado no prazo de um ano.
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