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«É falso que Portela esteja esgotada»

Afirma o ex-presidente da Portugália. Que fala em «manipulação da opinião pública» para defender a Ota

João Ribeiro da Fonseca, antigo presidente da PGA Portugália, afirmou em entrevista ao jornal Diário Económico (DE), que o aeroporto da Portela não terá sua capacidade esgotada nos próximos anos, apesar do que tem sido afirmado publicamente pelo executivo de José Sócrates. As suas revelações referem ainda «manipulação da opinião pública» para defender a inevitabilidade da Ota.

O ex-presidente garante que até agora «não foi executado nenhum estudo para avaliar as reais capacidades da infra-estrutura» em Lisboa. Ribeiro da Fonseca deixou a liderança da Portugália há cerca de um mês, quando a TAP adquiriu a empresa. O novo terminal da portela vai ser inaugurado na próxima semana, mas o antigo rosto da PGA não vai estar presente.

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No entanto, a sua opinião fico clara na entrevista ao DE. «É mais uma obra de aparente melhoria do aeroporto que falhará os seus objectivos. A obra está mal pensada, como de resto todo o aeroporto, e não vai ajudar a descongestionar quase nada. Só serve para acomodar a posição fechada do Governo: que a Portela está esgotada e que é preciso fazer a Ota. Não é verdade. É completamente falso».

Apesar de ter sido presidente da PGA durante 16 anos, Ribeiro da Fonseca revela ainda que apenas foi ouvido sobre o assunto uma única vez pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino. «Chamou-me na véspera da apresentação do aeroporto da Ota. Eram 19 horas quando me recebeu. Não houve tempo para nada. Julgo que o convite serviu apenas como cosmética. Serviu para manter as aparências: assim, ninguém poderia dizer que eu, presidente da PGA, não tinha sido consultado».

O antigo gestor considera o assunto «grave» e revela que houve um forte movimento de «manipulação da opinião pública» para defender a inevitabilidade da Ota. Para se afirmar que a Portela está esgotada falta o essencial, alega: «Um estudo. Ora, a não ser que exista um estudo secreto, na realidade nunca foi avaliada a optimização da Portela. Nunca. Parece mentira, mas ninguém sabe, o Governo não sabe, até onde poderia crescer o actual aeroporto. Pura e simplesmente nunca foi pedido este trabalho».

Ribeiro da Fonseca fez questão de sublinhar ao DE que não está a defender a manutenção da Portela, «mas que antes de a abandonar, há outras soluções mais baratas, melhores para a cidade e para as companhias aéreas».

Sugere, por exemplo, o uso da base do Montijo como segundo aeroporto, onde aterrariam os voos «charters», as «low cost», os aviões de carga e os táxis aéreos. Pelas suas contas isto absorveria 20 por cento do tráfego da Portela.

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