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Maus tratos em prisões psiquiátricas portuguesas

Detidos são obrigados a despirem-se e alguns são agredidos

As autoridades portuguesas devem «cessar imediatamente» de colocar em isolamento detidos obrigados a despirem-se inteiramente em penitenciárias psiquiátricas, advertiu esta quarta-feira o Comité Anti-Tortura do Conselho da Europa num relatório divulgado em Estrasburgo.

Essa prática, descoberta por uma delegação do Comité Anti-Tortura durante uma visita em Novembro de 2003 à clínica psiquiátrica de Santa Cruz do Bispo, Matosinhos, a principal das duas estruturas psiquiátricas penitenciárias portuguesas, «pode assemelhar-se a um tratamento degradante», segundo o relatório, que foi publicado com «luz verde» das autoridades portuguesas.

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Essas asseguraram, em resposta ao Comité Anti-Tortura, que foram dadas instruções «para evitar o recurso a essa prática», adiantando, contudo, que a mesma só é aplicada «em situações excepcionais, quando a vida do interessado está verdadeiramente em perigo».

O Comité Anti-Tortura recolheu globalmente poucas alegações de maus-tratos durante a sua visita a cinco estabelecimentos dependentes das forças da ordem e a quatro estabelecimentos penitenciários, um dos quais psiquiátrico.

A situação naquela penitenciária do distrito do Porto é um caso excepcional, segundo o relatório, que denuncia alegações de bofetadas, pontapés, murros e golpes com molhes de chaves contra os detidos por parte de guardas prisionais.

Um detido sofreu mesmo a ablação de um testículo na sequência de um golpe desferido por um guarda, segundo o Comité Anti-Tortura.

As autoridades portuguesas responderam que o guarda foi sancionado com suspensão de funções e que foi alvo de um processo judicial.

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