A política de Educação do Governo vai esta terça-feira a exame no Parlamento, durante uma interpelação do PCP em que os comunistas vão desafiar o primeiro-ministro, José Sócrates, a suspender o polémico sistema de avaliação de professores, refere a Lusa.
Dez dias depois da manifestação contra as políticas educativas e a avaliação, que juntou cerca de 100 mil professores em Lisboa, a bancada do PCP confronta a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, com o desafio de «retomar o diálogo, a negociação com os sindicatos».
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À partida, a bancada comunista faz «um forte juízo de censura política» à política de Maria de Lurdes Rodrigues, a quem responsabiliza, juntamente com o primeiro-ministro, José Sócrates, por uma «guerra» declarada aos professores.
«Afrontando-os diariamente e atacando-os na sua dignidade profissional», afirmou Bernardino Soares, líder parlamentar comunista, que abrirá o debate de hoje, numa conferência de imprensa na segunda-feira, véspera do debate na Assembleia.
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«A paixão da educação são os professores»
«A insistência no autoritarismo e no confronto só poderá conduzir ao agravamento da instabilidade e do caos nas escolas e que, pelo mais elementar com senso, deve ser evitado», afirmou.
O segundo desafio lançado pela bancada comunista ao Governo é o de apresentar no Parlamento uma proposta de lei - em vez de decreto-lei, que «não é sujeito a debate democrático» - sobre a gestão das escolas.
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Dessa forma, segundo Bernardino Soares, poderia «ser confrontada com as alternativas», nomeadamente o projecto de lei do PCP, para que fosse «aprovada uma lei mais adequada para as escolas».
A 08 de Março, a marcha da indignação, convocada por sindicatos do sector, juntou em Lisboa cerca de 100 mil professores contra as políticas educativas, que exigiram a renegociação do Estatuto da Carreira Docente, a suspensão do processo de avaliação de desempenho e a demissão da ministra.
Avaliação não será suspensa
A 12 de Março, depois de uma reunião com o Conselho das Escolas, Maria de Lurdes Rodrigues garantiu que a avaliação dos professores não será suspensa, mas anunciou que as escolas poderão simplificar os procedimentos previstos no diploma, abdicando, nomeadamente, da observação de aulas.
Os sindicatos, nomeadamente a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), continuam a exigir a suspensão do processo de avaliação este ano e a sua adopção, a título experimental, em 2008/09.
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