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Estudantes de Coimbra vão a Lisboa a pé

Serão 180 quilómetros de protesto contra Regime Jurídico das Instituições

Uma dezena de estudantes da Associação Académica de Coimbra (AAC) vai fazer 180 quilómetros a pé até Lisboa, entre segunda e sexta-feira, em protesto contra o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJEIS).

A viagem, que vai ser efectuada ao longo da Estrada Nacional 1, prevê várias paragens pelo caminho, para contactos com a população e entidades oficiais, nomeadamente câmaras municipais, às quais a AAC solicitou audiências, escreve a Lusa.

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«Vamos falar com as pessoas, explicar a razão do protesto e recolher assinaturas para um abaixo-assinado», disse hoje à agência Lusa João Pita, da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra.

Entre as críticas dos estudantes da Universidade de Coimbra (UC) ao novo regime jurídico está a possibilidade das instituições de ensino superior poderem constituír-se como fundações de direito privado.

O fim do actual modelo de acção social, a nomeação do reitor por elementos estranhos à universidade ou o impedimento estudantes e funcionários participarem nos órgãos de decisão das escolas são outros pontos contestados pela AAC.

Os estudantes de Coimbra saem segunda-feira, pelas 09:00, do edifício-sede da AAC, subindo a rua até ao Pátio das Escolas e edifício da Reitoria, onde vão ser recebidos por responsáveis da UC, disse João Pita.

O percurso

A saída da cidade faz-se pela ponte de Santa Clara em direcção à EN1 e a Condeixa-a-Nova, a 16 quilómetros de distância, onde está prevista uma paragem para almoço e uma audiência na Câmara Municipal.

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Seguem-se mais 19 quilómetros, até à localidade de Redinha, no concelho de Pombal, onde os estudantes irão pernoitar num pavilhão municipal.

Na terça cumprirão 39 quilómetros até Leiria, com passagem por Pombal e, quarta-feira, fazem a ligação de 19 quilómetros entre Leiria e Porto de Mós.

O dia de quarta-feira termina em Rio Maior, mas o percurso entre Porto de Mós e aquela localidade será feito de automóvel: «É uma zona muito deserta da estrada, com pouco interesse no contacto com as populações», justificou o dirigente da AAC.

Quinta-feira marca o maior percurso - cerca de 45 quilómetros entre Rio Maior e a localidade de Paredes (Alenquer), com paragem na aldeia da Ota.

Em Paredes, os estudantes vão pernoitar num pavilhão anexo a uma escola local.

Na sexta-feira, último dia da caminhada, o percurso inclui passagens pelo Carregado e Vila Franca de Xira até Lisboa, onde os estudantes têm como meta a Assembleia da República, onde contam entregar um parecer com as suas objecções ao RJEIS.

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Os cerca de 10 quilómetros entre a entrada na capital e o Parlamento deverão ser cumpridos de automóvel «para chegarmos a horas», disse João Pita, frisando que a delegação da AAC tem chegada prevista ao palácio de São Bento pelas 17:00.

O grupo de estudantes, onde se inclui o presidente da AAC, Paulo Fernandes e dois vice-presidentes, vai ser acompanhado por uma viatura da Associação Académica, responsável pelo apoio logístico durante a viagem, nomeadamente o transporte de géneros alimentícios.

As refeições quentes ficarão para o jantar em escolas e instalações municipais onde os estudantes irão pernoitar.

Além da comida, a viatura da AAC vai levar «ligaduras, pés elásticos, pomadas e anti-inflamatórios», disse João Pita.

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