O presidente da Portugal Telecom (PT), Henrique Granadeiro, disse, esta quarta-feira, que o vazio regulatório no que diz respeito às novas infra-estruturas do sector das telecomunicações, em particular nas redes de fibra óptica, «não é inocente» e está a contribuir para uma Europa a duas velocidades.
«Quando falamos em diferença na regulação, uma não decisão é muito pior do que uma decisão. É um vazio não inocente», disse durante o jantar-debate que decorreu no Clube do Chiado, onde foi o convidado principal.
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No entanto, para o presidente da PT, «mais grave do que a ausência de regulação nacional é a ausência de regulação comunitária», por estar a permitir que os grandes grupos internacionais tirem partido deste vazio legal.
A título de exemplo, Henrique Granadeiro mostrou como na Espanha o regulador entendeu não regular redes de fibra devido ao impacto negativo no investimento dos operadores e às dificuldades técnicas inerentes.
«A Europa está a perder competitividade, mas nem toda a Europa está a perder competividade. Estamos já a funcionar a duas velocidades», sublinhou o líder da Portugal Telecom.
730 milhões «desperdiçados»
O presidente da PT apontou o dedo à Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), em particular no que diz respeito à perda de 730 milhões de euros, associados aos investimentos de «negócios inviáveis» como os que constituíram os da Oni Way (estimados em 480 milhões de euros), da Jazztel (150 milhões), Tele 2 (50 milhões) e Maxitel (50 milhões).
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«O modelo de regulação fez desperdiçar mais de 700 milhões de euros nos últimos dez anos», disse Henrique Granadeiro.
«Este não é um problema de amanhã, é um problema de hoje», acrescentou.
A PT diz ainda estar a aguardar com tranquilidade, «mas impacientemente» uma decisão do regulador.
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