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Nobel defende «inferior inteligência dos negros»

Museu da Ciência de Londres cancelou palestra de James Watson

O Museu de Ciência de Londres anunciou esta quinta-feira o cancelamento de uma palestra de James Watson, cientista Prémio Nobel cujos comentários polémicos sobre a «inferior inteligência de negros» em relação a brancos causaram condenação geral.

Watson é presidente do laboratório nova-iorquino Cold Spring Harbor e também director científico da Fundação Champalimaud, cuja presidente, Leonor Beleza, disse hoje à Agência Lusa que «não comenta» as afirmações em causa.

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Em declarações ao Sunday Times no Reino Unido, Watson afirmou estar «inerentemente pessimista quanto às perspectivas para África», porque «todas as nossas políticas sociais baseiam-se no facto de que a inteligência deles é a mesma que a nossa, enquanto que a prática revela que não é assim».

Disse ainda desejar a igualdade de todos os seres humanos, mas acrescentou que «as pessoas que têm de lidar com empregados negros não acreditam nisto».

Notícia muito comentada em sites africanos

A notícia está a ser amplamente difundida em sites africanos na internet, e os que permitem comentários dos leitores, como o Angonotícias, registam centenas de entradas.

Alguns lembram os feitos de africanos - desde o piloto de fórmula 1 Lewis Hamilton até Ariza Makukula, que marcou o golo que na quarta-feira abriu caminho à vitória de Portugal contra o Azerbeijão, e até mesmo o defunto líder da UNITA Jonas Savimbi - outra parte substancial adopta o insulto, contra o cientista e contra os brancos em geral.

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Mas também há quem venha concordar, como um leitor de Oslo chamado Ahmed El Khalifa que afirma que o «caos» do continente é o «espelho da inteligência africana», ou outro chamado Catula Kiadi que opina que o cientista faria um melhor trabalho na governação dos países africanos do que os actuais líderes.

A palestra de Watson no Museu de Ciência de Londres, prevista para sexta-feira, estava esgotada, mas foi cancelada sob pretexto de os comentários do cientista norte-americano «terem ido longe de mais».

A palestra enquadrava-se numa visita ao Reino Unido, para promover o seu mais recente livro.

As afirmações motivaram manifestações de repúdio do secretário de Estado britânico da Educação, David Lammy, que as apelidou de «profundamente chocantes».

Mães de filhos homossexuais devem poder abortar

Steven Rose, neurobiologista britânico, afirmou que Watson tem um passado de declarações «racistas, sexistas, homófobas, chocantes».

O cientista, de 79 anos, que ganhou o Nobel da Medicina em 1962 pela co-descoberta da estrutura molecular do DNA, tem um longo historial de afirmações polémicas.

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Entre estas, está a defesa do direito das mulheres abortarem caso pudesse ser determinado através de testes a homossexualidade futura dos seus filhos.

Em 2000, causou outra polémica na Universidade de Berkeley, California, ao defender a existência de uma relação entre a cor de pele e o impulso sexual.

Devido ao efeito de extractos de melanina, que dão coloração à pele, «há os Amantes Latinos [Latin Lovers]. Nunca se ouviu falar de um Amante Inglês [English Lover]. Só do Paciente Inglês», afirmou.

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