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Há um português em Myanmar

Arquitecto está incontactável. Confrontos fizeram nove mortos e 11 feridos

Há pelo menos um cidadão português a viver em Rangum, Myanmar (antiga Birmânia), cidade onde decorrem vários confrontos entre militares e dezenas de milhares de manifestantes. Em declarações ao Rádio Clube, o embaixador de Portugal em Banguecoque, António Faria e Maya disse que «há um arquitecto português, casado com uma birmanesa, que tem atelier em Rangum».

O responsável não sabe, contudo, se o português está, nesta altura, na capital birmanesa. «Não consegui contacta-lo. Não sei se ele estará em Rangum porque ele às vezes está a viajar». «É o único cidadão português inscrito na secção consular», disse à Lusa o embaixador.

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O diplomata afirmou que «não estão em situação de perigo os residentes estrangeiros» em Myanmar.

A agência alemã DPA noticiou por seu lado, citando um fotojornalista birmanês, que dois estrangeiros foram mortos em Rangum, um asiático e um caucasiano, e que há indicações de que se trata, em ambos os casos, de repórteres fotográficos.

Portugal não tem embaixada em Myanmar, a representação é feita pelo embaixador em Banguecoque, mas o diplomata explicou que, «a todo o momento se for necessário, funciona o sistema de protecção consular no quadro da União Europeia». Isto é, os cidadãos portugueses podem dirigir-se às embaixadas e postos consulares de qualquer outro estado-membro.

Pânico e mortos nas ruas

O exército disparou esta quinta-feira tiros de advertência para dispersar cerca de 70 mil manifestantes das ruas de Rangum, depois de ter dado 10 minutos aos manifestantes para se retirarem, sob pena de sofrerem medidas extremas.

Fonte do Governo anunciou que pelo menos nove pessoas, incluindo um jornalista japonês, foram mortas e onze ficaram feridas.

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A Embaixada do Japão na capital birmanesa confirmou entretanto que o operador de imagem japonês Kenji Nagai, 50 anos, foi morto a tiro quando cobria a carga policial sobre os manifestantes para a agência de fotografia e vídeo japonesa APF News.

A agência alemã DPA noticiou por seu lado, citando um fotojornalista birmanês, que dois estrangeiros foram mortos em Rangum, um asiático e um caucasiano, e que há indicações de que se trata, em ambos os casos, de repórteres fotográficos.

Os confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes seguem-se a uma madrugada de violência, durante a qual polícia e militares entraram pela força em diversos mosteiros, segundo fontes da dissidência birmanesa no exílio.

Segundo essas fontes, os militares deitaram abaixo as portas de seis mosteiros da região de Rangum e detiveram um total de cerca de 800 monges. Ainda segundo a dissidência um monge foi morto a tiro.

O enviado especial do El Mundo a Rangum conta que a população civil está indignada com a forte repressão militar dos últimos dias. «Nunca pensei que a polícia e os soldados se atreveriam a agredir e matar monges», disse um cidadão local ao jornal.

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Este é um dos milhares de birmaneses que protestam nas ruas. E, em vez de desmobilizarem perante a intervenção militar, estão apenas a deslocar-se para outras zonas da cidade. Os protestos são sonoros: «venceremos» e «assassinos, assassinos», são as palavras mais ouvidas.

As dezenas de monges que ontem eram vistos a curar as feridas uns dos outros desapareceram. Foram levados por camiões militares e agora ninguém sabe onde estão. Talvez numa das prisões birmanesas, conhecidas pelas torturas e pelo secretismo que as rodeia - ninguém consegue lá entrar, nem a cruz vermelha.

Monges budistas usaram as emissoras de rádio internacionais para dar forças aos seus irmãos de Rangum e apelar a que não se rendam.

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