Militares birmaneses detiveram na noite de hoje dezenas de pessoas em Rangum, levando-as para local desconhecido, segundo residentes e a imprensa dissidente no exílio.
«Muitas pessoas foram presas durante a noite, mas é difícil saber exactamente quantas pessoas foram detidas», disse um residente de Rangum citado pela AFP.
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Residentes e grupos dissidentes disseram que durante a noite, famílias inteiras foram levadas das suas casas por militares e transportadas em camiões para local desconhecido.
A presença militar era hoje especialmente ostensiva na zona histórica da antiga capital de Myanmar e num dos seus centros espirituais, o grande pagode de Shwedagon.
Há uma semana, Rangum viveu o dia mais sangrento desde que os monges budistas lideraram manifestações para exigir a democratização do país, de que resultaram pelo menos 10 mortos, segundo o governo, embora os grupos dissidentes afirmem que os militares mataram cerca de 200 pessoas.
A BBC noticiou que monges budistas estão a tentar fugir de Rangum na sequência da repressão dos militares.
Ao amanhecer, militares que circularam em alguma zonas de Rangum em veículos com altifalantes avisaram que a população de que vão continuar as detenções.
«Nós temos fotografias. Vamos prendê-los», avisaram os militares, segundo a BBC.
O enviado da ONU Ibrahim Gambari deverá informar hoje o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, sobre a sua deslocação de quatro dias à Birmânia, onde se reuniu com a Junta Militar que governa o país e a líder da oposição, Aung San Suu Kyi, que se encontra sob prisão domiciliária desde 2003.
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