O corte de «rating» feito pela Standard & Poors (S&P) à dívida pública portuguesa na passada tarde de quarta-feira não se pode considerar um evento inesperado, sobretudo depois dos cortes de «rating» à Irlanda e Espanha, esclarece o economista da instituição Informações de Mercados Financeiros (IMF), Filipe Garcia, à Agência Financeira.
O economista alerta que «o corte de «rating» em questão é apenas mais um aviso», adiantando que, «provavelmente outros países se seguirão, como a Itália e a Bélgica».
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«Rating»: Governo diz que a culpa é toda da crise
O relatório que acompanha o corte é «muito crítico e pessimista» relativamente à economia nacional e «deve ser lido por todos, sem excepção».
Para Filipe Garcia, «o actual contexto de crise financeira está a deixar à vista as debilidades da economia».
Actual conjuntura não vai durar para sempre
Dado os défices de transacções correntes e orçamental crónicos, o elevado rácio da dívida pública e os problemas de produtividade, «todos os portugueses deveriam estar muito preocupados com o futuro do país», alerta o economista do IMF.
«Não será possível manter esta situação para sempre», conclui. Recorde-se que a (S&P) anunciou na passada tarde de quarta-feira um corte no «rating» da dívida pública de Portugal, que passa de «AA-» para «A+», num sinal de que a resposta do Governo não basta para travar a baixa de classificação.
De acordo com o relatório da agência de notação financeira, «as medidas de reforma estrutural do Governo para a economia e as finanças públicas são insuficientes para criar condições de convergência» no grupo de países com classificação «AA».
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