«Nem mais uma mulher em tribunal» por abortar foi a mensagem principal transmitida pelo Bloco de Esquerda num vídeo exibido esta sexta-feira, num ecrã gigante instalado na praça do Rossio, numa acção que juntou poucas pessoas, escreve a Lusa.
No vídeo, as dirigentes do Bloco de Esquerda Helena Pinto e Ana Drago apelaram ao voto "sim" no referendo de 11 de Fevereiro para «acabar com a humilhação» dos julgamentos, já que, acrescentavam, a lei penal pune as mulheres que abortam com penas que podem ir até três anos de prisão.
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À hora de ponta, e instalado junto a uma saída do metropolitano em plena baixa lisboeta, o «vídeowall» foi mais um ponto de passagem que de paragem para os transeuntes que apesar do passo apressado, aceitaram receber os panfletos com os argumentos do Bloco de Esquerda.
Maria Odete Marques, 56 anos, decidiu parar para assistir à projecção e já tem «há muitos anos» opinião formada sobre a questão: «Já votei sim no referendo de 98 porque não quero as mulheres penalizadas», afirmou, em declarações à Agência Lusa.
Atenta à pré-campanha sobre a despenalização do aborto, Maria Odete Marques disse que «algumas mensagens são tendenciosas e não esclarecem o que está em causa».
Opinião contrária teve o vereador do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes, para quem «há mais pessoas esclarecidas hoje do que há nove anos». «Estou convicto da vitória do "sim" com uma boa margem. Esta campanha é mais um alerta para o facto de existir na actual lei a possibilidade de prisão para as mulheres» que façam uma interrupção voluntária da gravidez, disse, em declarações à Agência Lusa.
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