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Big Brother: onda de protestos contra racismo

Concorrente do concurso tem sido alvo de tratamento racista. Caso já deu origem a moção parlamentar

O tratamento racista a que uma concorrente do concurso Big Brother foi sujeita no Reino Unido está a provocar uma onda de protestos inesperada que já deu origem a uma moção parlamentar.

A Ofcom, entidade que regula os meios de comunicação britânicos, recebeu hoje mais de 3.500 queixas por parte de telespectadores, que se dizem ter sentido ofendidos ou chocados com a maneira como a mulher, natural da Índia, tem sido tratada.

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O Channel 4, canal que produz e transmite o concurso no Reino Unido, admitiu também ter recebido mais de mil mensagens com o mesmo teor.

Os protestos levaram a que um deputado Trabalhista, Keith Vaz, tenha hoje apresentado no Parlamento britânico uma moção em que manifesta preocupação pelo sucedido e apela ao canal de televisão para intervir rapidamente.

O programa em causa é a quinta edição britânica do Big Brother das Celebridades, que está no ar desde dia 03 de Janeiro, e tem como participantes 14 personalidades conhecidas no país, sobretudo do mundo do espectáculo.

A polémica diz respeito à actriz Shilpa Shetty, de 31 anos, que é uma das estrelas mais conhecidas do famoso Bollywood, o círculo de cinema indiano.

Shilpa tem sido motivo de troça por parte de alguns concorrentes, simplesmente pela sua origem, cultura ou pelo sotaque indiano que tem sempre que fala inglês.

O caso tornou-se mais grave no passado fim-de-semana, quando três concorrentes tentaram humilhar a actriz dizendo, entre outras coisas, que não comeriam a comida feita por Shilpa porque disseram: «nunca se sabe onde essas mãos andaram».

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Outro concorrente, num tom jocoso, disse na cara da concorrente que «todos os indianos são magros porque não cozinham bem».

Além destes incidentes, a hostilidade em direcção à actriz tem sido uma constante, sendo comum que vários concorrentes gozem com o seu sotaque. Uma concorrente até se recusa a nomear o seu nome, chamando-lhe sempre «a indiana».

As queixas para a Ofcom começaram logo que as primeiras cenas de discriminação foram transmitidas, mas até segunda-feira só tinham sido registados 200 protestos.

A repetição dos comentários dos concorrentes durante o dia de hoje, em todos os canais de televisão britânicos, fizeram com que esse número tenha subido para 4.500, tendo a Ofcom informado que continua a receber mensagens de correio electrónico pelo que o número continua a aumentar.

Já o Channel 4 começou por desvalorizar o incidente, esta manhã, qualificando os episódios polémicos como uma «simples disputa entre mulheres».

Esta tarde, no entanto, à medida que as queixas aumentavam, um porta-voz da estação disse que o Big Brother «não tolera abusos ou racismo de qualquer forma», prometendo investigar o caso e «censurar o comportamento de algum concorrente se tal se verificar necessário».

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