Já fez LIKE no TVI Notícias?

Tribunal para travar alta tensão

Comissão de moradores de Vale Fuzeiros, Silves, vai apresentar providência cautelar para travar instalação de linhas eléctricas. Cerca de uma centena de pessoas concentraram-se em frente à sede da Rede Eléctrica Nacional (REN) para protestarem Linhas eléctricas podem causar leucemia

Notícia actualizada às 19:29

O representante da associação de moradores de Vale Fuzeiros, Silves, garantiu hoje que a comissão vai apresentar uma providência cautelar junto do tribunal para a interrupção da instalação de linhas de muito alta tensão naquela zona do Algarve, noticia a Lusa.

PUB

Sérgio Santos, da associação de moradores de Vale Fuzeiros, falava à imprensa no final de uma reunião com um responsável da Rede Eléctrica Nacional (REN), em que também participou o presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines, José Vítor, e da Junta de Freguesia de São marcos, concelho de Sintra, Nuno Anselmo, em solidariedade com o protesto dos moradores do Algarve.

Segundo Sérgio Santos, o responsável da REN com que reuniram, Jorge Lixa, remeteu a responsabilidade da colocação da linha de alta tensão naquele local para o Ministério do Ambiente, alegando que a REN «se limita a executar ordens do Ministério do Ambiente».

«Agora vamos para o Ministério do Ambiente reclamar que este pondere a solução alternativa decidida pelos moradores - o traçado Norte - uma vez que aquela zona do Algarve está a ser arrasada», disse.

Também o presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines assegurou que a luta contra a instalação das linhas de muito alta tensão «não irá parar enquanto houver um freguês da freguesia que se movimente contra a obra».

PUB

Os dois representantes do protesto dos moradores do vale do concelho de Silves desconhecem porém qual a data precisa em que se irão deslocar ao ministério do Ambiente.

Sérgio Santos deixou ainda um apelo ao ministério da Economia para que juntamente com o do Ambiente encontre uma solução para a instalação da linha de muito alta tensão, que possibilite aos moradores prosseguirem «com o desenvolvimento económico sustentado que têm vindo a promover na região».

O representante dos moradores acrescentou que o responsável da REN com quem se reuniram não lhes deu qualquer garantia que as obras vão parar.

«desencantados, mas não derrotados»

«Desencantada, mas não derrotada é como saio daqui hoje», disse à agência Lusa Ana Pereira, uma habitante de Vale de Fuzeiros, que se manifestou em Lisboa, corroborada por mais habitantes da zona que assumindo-se igualmente «desencantados, mas não derrotados» prometeram «tudo fazer para que não haja um poste de muito alta tensão a cortar as suas propriedades».

PUB

«É a nossa saúde que está em causa, a dos nossos filhos e netos, e uma aposta de desenvolvimento do interior algarvio que está a começar a desenvolver-se e que vai ser posta em causa com a atitude da Rede Eléctrica Nacional», disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Silves, que também marcou presença na manifestação.

Embora só agora a população daquelas zonas do concelho de Silves tenha saído à rua para contestar a implantação de postes de muito alta tensão na linha Tunes-Portimão, a sua luta data de 2005 quando os moradores apresentaram um traçado alternativo à proposta da REN, que passa pela serra e que «embora seja mais caro, não faz perigar pessoas nem habitações», disse Mário Godinho.

Questionado pela Lusa sobre a inviabilidade do traçado Norte devido ao repovoamento de parte da serra com lince ibérico - razão invocada hoje pelo presidente da REN para a não opção por aquele trajecto -, Mário Godinho disse nada ter contra o lince ibérico.

«Não arranjem agora desculpas com o lince ibérico, porque não é desculpa. Se quiserem respeitar os interesses das populações, escolhem o traçado que menos prejuízos lhes traz», frisou.

PUB

Últimas