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Tamanhos uniformes contra anorexia

Fabricantes reduziam dimensão da roupa de um ano para o outro

O governo espanhol e os principais fabricantes de roupa do país assinaram esta terça-feira um acordo para unificar os tamanhos da roupa e promover uma imagem física mais saudável, longe da magreza extrema, noticia o jornal El Mundo.

O acordo, que conta com o apoio de marcas como Zara, El Corte Inglês, Mango, Corterfiel e a Associação de Criadores de Moda de Espanha, foi promovido pelo Ministério da Saúde espanhol e insere-se num pacote de medidas que o país quer aprovar para combater a anorexia e outros problemas alimentares que continuam a aumentar entre as jovens.

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Além de se comprometerem a «homogeneizar» os tamanhos da roupa, os criadores disponibilizarão informação sobre parâmetros como a medida de cintura, de ombros ou das pernas para «promover uma imagem de beleza saudável».

Fabricarão igualmente manequins que tenham pelo menos o número 38, deixando de considerar o número 46 como «especial».

A ministra da Saúde espanhola, Elena Salgado, anunciou que o acordo começará a ser aplicado depois de um estudo alargado a nível nacional que pretende avaliar as medidas médias da mulher espanhola.

Para isso serão recolhidas aleatoriamente, as medidas de 8.500 mulheres entre os 12 e os 70 anos em toda a Espanha, o que ajudará a definir os padrões dos tamanhos das roupas.

Depois do estudo, os desenhadores e empresários terão 18 meses para mudar as etiquetas da roupa e cinco anos para a substituição de manequins.

A definição de dimensões idênticas para o mesmo número da roupa começou a ser debatida em Abril do ano passado, com um grupo de trabalho que levou a cabo um primeiro estudo sobre a dimensão do problema.

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O estudo confirmou que o mesmo número varia em dimensões de fabricante para fabricante e, muitas vezes, entre modelos diferentes do mesmo criador.

O Ministério da Saúde admite que, em alguns modelos, é impossível estabelecer um padrão de dimensões, defendendo que, no prazo de três anos, 90 por cento da produção esteja uniformizada, no que toca à dimensão usada para cada um dos números.

Uma recente análise levada a cabo na Catalunha demonstrou que 77 por cento dos consumidores mudam de número de roupa que usam quando mudam de fabricante, uma situação que se vinca particularmente na moda feminina. O mesmo estudo indicou que os fabricantes reduzem a dimensão dos seus números de roupa de um ano para o outro.

Isso cria a falsa impressão, ao consumidor, de que engordou ¿ porque anteriormente vestia o número que agora não lhe serve ¿ levando-o, muitas vezes, a adoptar práticas alimentares radicais e perigosas.

O Ministério da Saúde caberá vai apoiar as empresas nos eventuais custos que as mudanças possam suscitar.

Os distúrbios alimentares estão a preocupar os espanhóis de tal forma que na Pasarela Cibeles 2006 (semana da Moda de Madrid) foram proibidas de desfilar modelos com uma massa corporal que não fosse considerada «saudável».

Análises do governo sugeriram que, em Espanha, a incidência de anorexia e outros problemas cresceu 59 por cento. Estima-se que uma em cada 200 raparigas de entre 12 e 14 anos padece de anorexia ou bulimia e pelo menos 10 por cento das doentes morre devido à doença.

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