O presidente do PSD admitiu esta quarta-feira que a estabilidade política atual não é a que mais gosta e acusou o primeiro-ministro de tomar medidas políticas ao zig-zag.
A estabilidade política pode não ser aquela que mais gosto, não é muito forte, mais ainda se arranja. Estabilidade e coerência das políticas seguidas, aí é que é aos zig-zags. Ora negoceia assim, ora negoceia assado, ora ameaça o Bloco de Esquerda, ora o PCP foge", disse Rui Rio no discurso de encerramento da Convenção do MEL – Movimento Europa e Liberdade.
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Num discurso maioritariamente dedicado à economia do país, Rui Rio disse que António Costa travou o défice enganando os parceiros, Bloco de Esquerda e PCP, "através de uma coisa que se chamam cativações".
Referiu que o país tem "estrangulamentos ao nível económico e ao nível político" e que o início das "mazelas" começaram antes da Troika, principalmente durante as governações socialistas. Por essa razão, é preciso mudar, mas essa mudança não vai ser feita pelo PS.
"Se fosse um congresso das direitas eu não podia entrar, tinha sido barrado"Temos de fazer diferente. O PS não o faz e isso para nós é evidente, está provado. No século XXI, o PS governou o dobro do tempo dos outros todos juntos, 14 anos, e os outros quais são? O PSD em larga medida, um pouco o CDS, e a um outro partido que se chama Troika".
No início do discurso de encerramento da Convenção do MEL, Rio começou por explicar o porquê de estar ali uma vez que, na ótica do social democrata, o PSD não é um partido de direita.
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Ainda não tinha entrado na sala, olhei para o ecrã e sosseguei porque não dizia ali congresso das direitas. Se dissesse eu não poderia entrar, teria provavelmente sido barrado logo à entrada”, começou por dizer.
Esclareceu, de seguida, que "o PSD não é um partido de direita" e que quando este foi fundado, em 1974, "não só era de centro, como era marcadamente como de centro esquerda". Defendeu que, se os conceitos de direita e esquerda não são hoje tão rígidos como no passado, “ainda há algumas coisas que as distinguem”.
Portanto, Rui Rio aceitou participar nesta convenção para responder à pergunta: "Que caminho Portugal deve seguir?".
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