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Grécia está no «túnel», Portugal no bom caminho

«Aqui não há paraísos privados e não queremos prometer coisas que não podemos fazer», diz Samaras

O líder da Nova Democracia disse esta quarta-feira em Atenas que os gregos têm de começar a «ver luz ao fundo do túnel», e, em caso de vitória eleitoral, vai promover as privatizações, deixando um elogio aos resultados do défice externo português.

«Penso que Portugal está no bom caminho e fiquei muito contente, ontem [terça-feira], ao ver os resultados do défice externo, é muito positivo», referiu o líder conservador Antonis Samaras, da Nova Democracia, partido que compõe, com os socialistas do PASOK, o Governo interino da Grécia, num encontro hoje em Atenas com jornalistas europeus em que a Lusa participou.

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Samaras, o líder conservador grego, defendeu mais privatizações e referiu-se ao setor da Saúde - apesar de não querer aprofundar a questão - e afirmou que propõe a privatização em regime de outsourcing do sistema de coleta dos impostos para se referir a um dos pontos da mensagem política que o partido vai adotar no período pré-eleitoral.

«Temos de ser duros. Dizer coisas simples mas verdadeiras. Eu quero dizer coisas que todos entendam. Aqui não há paraísos privados e não queremos prometer coisas que não podemos fazer. É verdade que temos um problema com a coleta de impostos. Temos de garantir que não a bandidos no sistema e quero mesmo dizer bandidos», referiu Samaras que aproveitou o tema para atacar Papandreou, líder do PASOK.

«Eu não posso parecer-me com o homem que disse que somos o país mais corrupto do mundo», disse Samaras num ataque direto ao líder do PASOK que, em 2011, falou da Grécia como um país que se debate seriamente com a corrupção.

No entanto, Samaras recusou responder sobre o caso dos números falsos que a Grécia forneceu à União Europeia no período do Governo de Constantino Karamalis, da Nova Democracia, por se «tratar de um assunto que está agora em tribunal» e acusou o anterior Governo do PASOK, liderado por Georges Papandreou, que governou até 2011, de ter tomado más decisões económicas.

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«Não quero dizer que o meu partido não tem responsabilidades por esta situação. Nós não fizemos coisas que devíamos ter feito mas eles fizeram coisas que não deviam ter sido feitas», disse Samaras, que recusa a ideia de que a Nova Democracia, ao contrário do partido socialista, não é propriedade de uma só família há décadas no poder.

«Se olhar para o PASOK é sempre a mesma família», sublinhou Antonis Samaris, responsabilizando os socialistas de ter afetado o país «psicologicamente».

«Psicologicamente a situação é muito má. Há gente (Papandreou) que disse que somos os mais corruptos do mundo e isto criou um efeito negativo e agora temos de provar que não somos assim. Temos de inverter a psicologia», disse Samaras que promete mostrar aos gregos a «luz no fundo do túnel».

Como soluções para o futuro, a Nova Democracia quer «fazer tudo o que é necessário» para que a Grécia venha a adotar medidas fiscais e estruturais para a Europa acreditar que é preciso mais crescimento e recuperação.

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«Quero que saibam que a recuperação num país como a Grécia, que cumpre agora o quinto ano de recessão profunda, é uma condição para o crescimento, caso contrário o défice cresce ainda mais», referiu Samaras frisando que a Grécia não vai regressar ao dracma e abandonar a zona euro.

«São precisas mais privatizações e acelerar os fundos europeus. Como é que um país pode ser impedido de usar os fundos?», questiona o líder da Nova Democracia que falou rodeado de assessores e secretários de Estado provenientes do partido que faz parte do governo interino.

Samaras defende que as próximas eleições legislativas devem ser realizadas após a Páscoa Ortodoxa, que se celebra no dia 15 abril, mas não fala de coligações antes de se conhecerem os resultados.

A Nova Democracia continua à frente nas sondagens mas o partido não consegue a maioria absoluta.

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