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Ivo Lucas só se apercebeu do acidente na A1 quando Sara Carreira “gritou ‘cuidado’”

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Todos os quatro arguidos foram ouvidos nesta primeira sessão de julgamento no Tribunal de Santarém. A filha de Tony Carreira morreu na sequência de um acidente na A1, a 5 de dezembro de 2020

Arrancou esta terça-feira no Tribunal de Santarém a primeira sessão do julgamento do caso do acidente que provocou a morte da cantora Sara Carreira, em 5 de dezembro de 2020.

Os pais da vítima mortal, Tony Carreira e Fernanda Antunes, estiveram presentes na sala de audiências, onde estiveram também os quatro arguidos: Tiago Pacheco, Paulo Neves, Ivo Lucas e Cristina Branco. Os últimos três estão acusados do crime de homicídio por negligência.

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Paulo Neves nega que ia a 30km/h, mas sim entre “70 a 80”

O condutor do veículo que deu origem ao acidente que viria a vitimar Sara Carreira negou estar a circular a cerca de 30 quilómetros por hora como referem os peritos, mas sim a quase 80 quilómetros por hora.

Paulo Neves, acusado de um crime de homicídio por negligência grosseira, disse discordar dos resultados da perícia, que concluiu que circularia a uma velocidade entre os 28 e os 32 quilómetros por hora na Autoestrada 1 (A1), na zona de Santarém, na altura em que o carro da segunda arguida, Cristina Branco, embateu na sua viatura.

“Sobre a velocidade tenho muitas dúvidas”, afirmou, defendendo que estaria a circular entre os “70 a 80 quilómetros por hora”.

Já sobre a taxa de alcoolemia, disse “ter de aceitar” o resultado do teste, que acusou uma taxa de álcool de 1,18 gramas por litro de sangue (acima por permitido por lei – 0,5 gramas por litro), explicando ter estado a lanchar com dois colegas e ter “comido queijo e bebido vinho”, sem conseguir especificar a quantidade.

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No entanto, o arguido garantiu estar consciente da sua condução.

“Estava plenamente consciente do estava a fazer”, sublinhou Paulo Neves.

"Pus a mão no peito da minha filha, travei e disse 'vamos bater'"

Segundo a descrição do acidente, a viatura de Cristina Branco embateu, cerca das 18:30, no veículo de Paulo Neves, que circulava na faixa da direita. A viatura de Cristina Branco embateu, de seguida, na guarda lateral direita, rodando e imobilizando-se na faixa central da A1.

Apesar de ter ligado as luzes indicadoras de perigo, a fadista, que abandonou a viatura na companhia da filha, foi acusada pelo Ministério Público de não ter feito a pré-sinalização de perigo.

“Vi umas luzes mesmo em frente ao meu carro, pus a mão no peito da minha filha, travei e disse 'vamos bater'", afirmou em tribunal.

Cristina Branco explicou à juíza Marisa Dias Ginja que a sua preocupação foi “colocar a filha em segurança”, no separador central da A1 e que não colocou o triângulo de sinalização do acidente porque se encontrava “confusa e em estado de choque” e porque “estavam carros a circular”, entre os quais recorda a passagem de um camião.

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Ivo Lucas apercebeu-se de “um vulto”, Sara Carreira “gritou ‘cuidado’”

Ivo Lucas, que conduzia o carro em que circulava com a namorada Sara Carreira, responde em tribunal por um crime de homicídio por negligência grosseira.

Num testemunho emotivo, o terceiro arguido a ser ouvido pelo tribunal recordou que ele e Sara Carreira se deslocavam do Porto com destino à Charneca da Caparica, onde a cantora deveria jantar com a mãe, e seguiriam para um fim de semana com amigos, em Salvaterra de Magos.

Ivo Lucas afirmou que vinham a conversar e que só se apercebeu de “um vulto” no mesmo momento em que Sara Carreira “gritou ‘cuidado’”, tendo embatido de seguida na viatura de Cristina Branco.

A fadista tinha já testemunhado que havia visto o carro do casal “sobrevoar” o local onde se encontrava com a filha, embater no separador e capotar várias vezes.

Já Ivo Lucas disse não se ter apercebido do impacto e só ter consciência a partir do momento em que se encontrava “a atravessar a estrada, sem t-shirt e com o braço todo desfigurado”.

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“Não sabia onde estava, não sabia o que tinha acontecido e não sabia da Sara”, recordou, acrescentando que, dois anos depois do acidente, as suas memórias continuam a ser apenas ‘flashes’ que não consegue “ordenar cronologicamente”.

Tiago Pacheco nega que circulava a mais de 140 km/h

No acidente esteve ainda envolvido Tiago Pacheco que seguia pela faixa central da A1 e que, segundo a acusação, não reduziu a velocidade, mesmo apercebendo-se que passava por um acidente, não conseguindo desviar-se da viatura de Ivo Lucas (que ocupava parcialmente aquela faixa), onde este ainda se encontrava, bem como Sara Carreira.

Este foi o último arguido a falar esta manhã ao tribunal, tendo também discordado da velocidade que a acusação alega que ia [entre 146,35 e 155,08 Km/h].

O condutor alegou que circulava a “85/86 quilómetros por hora” poucos minutos antes do embate e que não terá travado ao passar pelo acidente por não ter “sentido necessidade de abrandar”.

Tiago Pacheco disse ainda não ter visto qualquer sinalização de acidente e só se ter apercebido de “luzes laranja” na faixa direita da A1, tendo passado pelo meio dos carros acidentados “por cima de destroços” e acabando por embater com o seu carro na viatura conduzida por Ivo Lucas.

O julgamento prossegue durante a tarde com a audição de testemunhas.

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