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Ambiente: 15 mil mortes por más condições

Só em Portugal. Revela um estudo da Organização Mundial de Saúde

Um estudo divulgado esta quarta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre doenças relacionadas com problemas ambientais sustenta que em Portugal poderiam evitar-se 15 mil mortes por ano, se as condições ambientais fossem melhoradas, escreve a Lusa.

Os cálculos da OMS, baseados nas estatísticas de saúde nacionais relativas a 2004, indicam que os problemas ambientais estão relacionados com 14 por cento das doenças registadas em Portugal e causam a morte de, pelo menos, 15 mil pessoas anualmente.

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Os problemas ambientais provocam infecções respiratórias, cancro e doenças cardiovasculares, entre outros problemas de saúde, destaca a OMS, revelando que anualmente morrem 1.900 portugueses por doenças directamente relacionadas com as más condições atmosféricas.

O cancro, e em particular o cancro do pulmão, são responsáveis por grande parte das mortes, revela a OMS.

A análise da OMS também conclui que os problemas ambientais «roubam» 20 anos de vida saudável por cada 1.000 portugueses, numa escala que vai de 14 a 316 anos e onde entre os piores colocados surgem países como Angola, Burkina Faso, Mali e Afeganistão.

O estudo Fardo Ambiental das Doenças é o primeiro a traçar em cada país o impacto dos problemas ambientais, que, estima a OMS, causam anualmente 13 milhões de mortes em todo o mundo.

Os factores ambientais considerados no estudo da OMS são a poluição, ocupação das populações, radiações ultra-violeta, poluição sonora, métodos agrícolas, alterações do clima e ecossistemas, o tipo de construção e comportamentos.

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O estudo, afirma a OMS, «mostra que 13 milhões de mortes poderiam ser prevenidas anualmente com a melhoria das condições ambientais. Em alguns países, mais de um terço do fardo de doenças poderia ser evitado».

A falta de qualidade da água, incluindo saneamento e higiene deficiente, e poluição dentro-de-portas, devido ao uso de combustíveis fósseis para preparação de alimentos e aquecimento, é responsável por mais de 10 por cento das mortes em 23 países.

As principais vítimas são as crianças com menos de cinco anos, que representam 74 por cento das vítimas devidas a diarreias e infecções respiratórias.

Os países com baixos rendimentos perdem cerca de 20 vezes mais anos de vida saudável por pessoa do que os que têm altos rendimentos, indicam ainda as estatísticas da OMS.

Contudo, refere, «nenhum país é imune ao impacto ambiental na saúde; mesmo em países com melhores condições ambientais, os dados indicam que um sexto do fardo de doenças poderia ser previnido e que intervenções ambientais eficezes poderiam reduzir significativamente as doenças cardiovasculares e ferimentos causados por acidentes rodoviários».

Entre as intervenções recomendadas pela OMS estão a substituição de combustíveis fósseis nos lares por gás e electricidade e melhoria da ventilação, modificação dos comportamentos, sobretudo afastar as crianças do fumo.

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