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Língua azul: vacina gratuita até ao final do mês

Objectivo é travar serótipo 1 da doença, que está a afectar o Alentejo

A vacina para prevenir e conter o serótipo 1 da doença da língua azul, que está a afectar várias explorações pecuárias no Alentejo, estará disponível gratuitamente até ao final mês, anunciou hoje o director-geral de Veterinária, noticia a Lusa.

«A utilização de uma vacina como meio de conter a doença estará disponível, esperamos, durante o mês de Outubro», disse Agrela Pinheiro, referindo que o Estado vai disponibilizar «a título gratuito» a vacina e a sua aplicação, que será «obrigatória».

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Quanto às eventuais compensações financeiras aos produtores pecuários afectados por animais mortos, constam numa «informação» que foi enviada ao Ministro da Agricultura e que «está em cima da mesa», referiu Agrela Pinheiro.

«Neste momento, há vários tipos de apoio que estão a ser analisados», disse o director-geral de Veterinária, admitindo que as eventuais ajudas financeiras vão depender da «evolução da situação e da dinâmica da própria doença».

No entanto, admitiu existirem «dificuldades em termos de legislação comunitária no que respeita [às compensações financeiras] aos animais mortos».

O director-geral de Veterinária falava aos jornalistas em Beja no final de uma reunião com representantes e veterinários das câmaras municipais, técnicos regionais e organizações de produtores pecuários do distrito, onde surgiram focos da doença da Língua Azul em ovinos nas últimas semanas.

«Em Espanha, as comunidades autónomas já disponibilizaram esta ajuda [compensações financeiras por animais mortos], mas em Portugal o assunto ainda está em discussão», lamentou o veterinário da Associação de Ovinos e Caprinos do Sul (ACOS), Miguel Madeira.

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Apesar de referir que, em termos técnicos, o número de animais mortos e infectados é «baixo», Miguel Madeira frisou que as restrições à movimentação dos animais «têm consequências económicas muito significativas para as explorações» e «daí o alarmismo dos produtores».

Por seu lado, António Tereno, presidente da Câmara Municipal de Barrancos, o concelho mais afectado pelo foco da Língua Azul, reivindicou ajudas financeiras para os produtores, à semelhança do que se passa nas regiões espanholas da Andaluzia e Estremadura, também afectadas pela doença.

«Neste momento, as medidas tomadas são as possíveis», disse o autarca, frisando que é «evidente» que a vacina e os apoios financeiros são as medidas que «todos esperam».

De acordo com Agrela Pinheiro, as chuvas fortes que nos últimos dias têm afectado a região podem trazer «algum efeito benéfico» à contenção da propagação da língua azul, porque tendem a reduzir a população adulta dos insectos responsáveis pela transmissão da doença.

No entanto, explicou, até ao final de Novembro «a situação não vai ser fácil», porque até lá «poderá haver uma nova emergência de larvas e insectos adultos».

De acordo com o último balanço do Ministério da Agricultura, até às 12:00 de segunda-feira estavam confirmadas 49 explorações sob suspeita, que englobavam um total de 6.216 animais, dos quais 348 estão afectados com a doença, nos concelhos de Barrancos, Moura, Serpa e Mértola.

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