O Governo revelou esta quinta-feira que cinco propostas não vinculativas passaram à segunda fase da privatização da ANA- Aeroportos: são eles os consórcios Blink (Mota-Engil, Odinsa, etc.); EMEA (Corporácion América, Sonae Sierra, entre outras); o consórcio alemão Fraport, que concorre com o fundo australiano IFM; a Zurich, um consórcio entre o aeroporto de Zurique e um investidor privado; e a Vinci, que é francesa.
A expectativa de encaixe financeiro com esta operação é «muito relevante em termos de contas públicas», afirmou a secretária de Estado do Tesouro, em conferência de imprensa, depois do Conselho de Ministros.
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Questionada pelos jornalistas, Maria Luís Albuquerque não falou em preços concretos mas disse que, em algumas das propostas, o preço apontado chega a ser «12 ou 13 vezes o EBITDA [lucros antes de impostos, amortizações e depreciações] da empresa, o que revela a qualidade do ativo».
Ou seja, uma vez que o EBITDA da ANA foi, no ano passado, de 200 milhões de euros, algumas das propostas de compra estão entre os 2,4 e os 2,6 mil milhões de euros.
Assim, «as propostas selecionadas coincidem com as que apresentaram melhores preços, mas naturalmente que a decisão tem em conta a avaliação das propostas a nível estratégico».
Maria Luís Albuquerque disse também que o Governo mantém a intenção de tomar uma decisão até ao final do ano, sendo que a operação financeira será concluída no início de 2013. Para tal, as propostas vincultaivas terão de ser entregues em dezembro, em data ainda a definir.
Empregos garantidos e até podem ser criados mais
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, explicou depois que os projetos estratégicos escolhidos conferem «a expectativa do Governo de adequada gestão das infra-estruturas existentes» e são «um caminho para incrementar eficiência no aeroporto de Lisboa e rentabilizar as existentes no Porto, Faro e Regiões Autónomas».
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O secretário de Estado fez notar que «todas as propostas cumprem os requisitos». «Há obrigações de qualidade muito restritas a nível de manutenção e segurança relativamente ao futuro (não pode haver redução de qualidade nos aeroportos) e de contributo para desenvolvimento económico e regional», pelo que «nenhuma região deve temer por ser gerida por uma entidade privada».
Depois, há um impacto benéfico para a economia, na ótica do Governo, nesta privatização: «Muitas destas infraestruturas são amortecedores da crise», com efeitos no «turismo direto, congressos, eventos», etc.
Também os trabalhadores não têm o que temer, porque «todos os projectos estratégicos pressupõem que o quadro seja mantido ou até aumentado».
No fundo, «queremos incrementar a eficiência e o impacto para a nossa economia» da ANA. «Estes dois objectivos juntamente com o impacto financeiro são perfeitamente compatíveis», assegurou Sérgio Monteiro.
Privatização da ANA inclui aeroportos da Madeira
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A secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, anunciou ainda que «a privatização da ANA envolverá também o aeroporto da Madeira», estando ainda por definir se o Governo Regional vai manter-se na empresa.
Maria Luís Albuquerque, que falava no «briefing» do Conselho de Ministros, após a aprovação da lista de cinco consórcios que continuam na corrida à privatização da ANA, adiantou que a discussão com o Governo Regional da Madeira ainda não está fechada.
«Estamos em diálogo com o Governo Regional da Madeira para decidir exatamente os termos da privatização», que pode envolver a manutenção da parcela que é detida pelo Governo Regional da Madeira ou passar pela decisão de se alienar também esta parte.
A discussão «está ainda em curso, mas globalmente a gestão do aeroporto da Madeira, uma vez que a ANA é detentora da maioria do capital da ANAM (Aeroportos da Madeira), será incluída neste processo de privatização», afirmou a secretária de Estado.
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