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Polícias raptavam familiares de criminosos

Um grupo «altamente» organizado simulava operações policiais e raptava familiares de criminosos ligados ao mundo da droga. Dois agentes da PSP e um GNR estavam envolvidos no «esquema». Vítima fez denúncia. PJ acredita ter desmantelado grupo

Uma «perigosa» e «bem organizada estrutura criminosa» raptou, sequestrou e extorquiu dinheiro a vários familiares de indivíduos suspeitos de tráfico de droga, durante o último ano e meio, na zona de Lisboa. Ao que o PortugalDiário a denúncia dos crimes partiu de uma das vítimas.

Segundo a PJ informa em comunicado os crimes eram praticados por indivíduos que de carácter «permanente», «organizado» e «estável» raptavam ou sequestravam pessoas que «tinham estado ligadas a actividades ilícitas, mas que agora tinham vidas normais», ou familiares de pessoas relacionadas com o tráfico de droga. Os suspeitos exigiam «elevadas quantias» ou produto estupefaciente às vítimas que se crê terem sido «várias».

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«Pessoas ligadas ao tráfico de estupefacientes eram capturadas, sequestradas e agredidas e obrigadas a pagar. Quem é procurado não participa estas situações às autoridades porque tem medo de vir a ser ligado a actividades ilícitas», explicou fonte da PJ.

Estas pessoas «são vítimas, mas ao mesmo tempo são suspeitos no âmbito de outro tipo de crime» e estes contornos «tornam muito difícil a investigação». Fonte da PJ adiantou ao PortugalDiário que o grupo ficou desmantelado.

Fingiam ser polícias

O modo de actuar dos criminosos era particular, já que simulavam uma operação policial fazendo as vítimas acreditar que iam ser detidos. Os suspeitos apresentavam quase sempre armas de fogo, cartão e crachá de polícia falsos. Depois era exercida violência física e psicológicas, no entanto, nenhum das vítimas ficou com «sequelas» físicas.

Do grupo de suspeitos fazem parte dois agentes da PSP que participavam nos crimes, no entanto, segundo a PJ os dois polícias, que foram detidos pela Judiciária na passada quarta-feira, não eram os cabecilhas do gang e foram ligados ao caso já no decurso da investigação. Há dois meses três outros membros foram detidos no âmbito do mesmo processo. Os cinco suspeitos estão em preventiva.

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Um militar da GNR foi também membro do gang em causa, mas acabou por se suicidar na sua casa de férias, no Algarve, com a arma pessoal, apurou o PortugalDiário junto de fonte da Guarda. O militar tinha cerca de 30 anos, exercia funções num posto da margem Sul, e tinha já quatro processos disciplinares por «comportamento incorrecto» na instituição, o que, provavelmente, levaria à sua expulsão da GNR.

Vigiavam casas

O gang apresentava um «elevado grau de organização e disciplina interna». Efectuavam estudos prévios sobre o comportamento das suas vítimas e recolhiam informações, nomeadamente, através de vigilâncias efectuadas às residências das vítimas por longos períodos.

Os suspeitos são acusados de rapto, sequestro qualificado, roubo qualificado, violação de domicílio por funcionário, detenção de arma e de munições proibidas tendo, em alguns destes crimes.

No âmbito da operação a PJ apreendeu um cartão livre trânsito com crachá da PSP, matrículas falsas com dispositivo de fixação rápida, treze armas de fogo, outras doze armas proibidas, duas mil setecentas e quinze munições de diversos tipos e calibres, gorros, luvas e algemas, um silenciador e uma balança de precisão, entre outros.

A PJ salienta a excelente colaboração prestada pela PSP, designadamente na realização das diligências.

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