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Professores de Matemática: exame adequado, mas desnecessário

«Não houve incidentes de qualquer natureza», assegurou o secretário de Estado

A Associação de Professores de Matemática considerou que a prova realizada hoje pelos alunos do 4º ano era adequada e exigia níveis de raciocínio mais elaborados, mas defendeu que não deveria ter sido feita.

«De uma maneira geral, a prova era adequada ao nível etário dos alunos e está de acordo com o Programa de Matemática» em vigor, defendeu a presidente da Associação de Professores de Matemática, Lurdes Figueiral.

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Com «diversos graus de dificuldade», a prova não era «globalmente elementar nem de resolução imediata», havendo mesmo questões que «exigiam níveis de raciocínio mais elaborados».

Apesar de a prova estar adequada ao programa, a APM voltou a criticar a sua realização, lembrando que este tipo de operações têm um custo elevado e, na atual situação financeira que o país atravessa, «existem medidas educativas muito mais interessantes para aplicar os dinheiros».

«Estamos a assistir a toda uma política de cortes de gastos que influenciam a qualidade do ensino e depois gasta-se numa prova destas», criticou Lurdes Figueiral, defendendo que o dinheiro deveria ser aplicado no apoio a alunos com dificuldades, em atividades como complementos curriculares ou na redução do número de alunos por sala.

Lurdes Figueiral alertou para o risco de este tipo de provas transformar o ensino numa «preparação para as provas».

Lembrando que «as provas tendem a avaliar aspectos muito mensuráveis», a presidente da associação sublinhou que «existem capacidades que não são mensuráveis e que, por isso, são quase impossíveis de avaliar em exame».

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Com «toda a tranquilidade»

O secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, assegurou que as provas finais de Matemática do 1.º Ciclo decorreram com «toda a tranquilidade», sublinhando o empenho das autarquias, das escolas e das famílias.

«As provas estão a decorrer da forma que prevíamos, com toda a tranquilidade e normalidade. Não há incidentes de qualquer natureza», disse o secretário de Estado, à margem de um seminário em Lisboa, sobre o ensino profissional.

João Grancho referiu que houve uma colaboração «muito importante» das autarquias e dos órgãos de gestão das escolas, assim como das famílias.

«Tudo aquilo que podia ser drama não era, ao fim e ao cabo. Os alunos, como se viu também, encararem estas provas com toda a tranquilidade», disse.

O secretário de Estado admitiu que, na primeira prova, a de Português, na passada segunda-feira, terá havido «alguma ansiedade, induzida pelos adultos».

Na prova de Matemática, realizada hoje pelos alunos do 4.º ano, esteve já tudo «muito mais calmo e tranquilo», afirmou.

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Estas provas valem 25 por cento na nota final do aluno este ano, uma ponderação que passa para 30 por cento no próximo ano letivo, à semelhança das restantes provas e exames.

Os alunos que não compareceram na primeira fase por motivo de doença ou outra situação excecional realizam o exame nas mesmas condições, com a ponderação de 25 por cento.

As crianças que não conseguirem obter nota para transitar para o 5.º ano têm em julho uma segunda oportunidade de repetir a prova, na qual terão de ter positiva.

Estas provas foram introduzidas este ano pelo ministro da Educação, Nuno Crato, e são realizadas por 107.000 alunos.

As declarações de João Grancho foram proferidas à margem de um seminário organizado pela Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO).

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