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Peregrinos de Mortágua lembrados nas celebrações de Fátima

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“Não caímos em julgamentos ou lamentos infecundos", disse o sacerdote que presidiu à missa. Cinco peregrinos perderam a vida quando um carro se despistou perto de Cernache

Cinco peregrinos morreram atropelados no dia 2, quando se deslocavam a pé para Fátima, no distrito de Santarém. O acidente ocorreu no Itinerário Complementar 2 (IC2) e provocou mais quatro feridos entre o grupo de cerca de 80 peregrinos oriundo de Mortágua, no distrito de Viseu. Dirigindo-se às centenas de fiéis presentes, alguns dos quais com colete refletor que envergaram na caminhada e outros com camisolas identificando o grupo, o responsável destacou o seu testemunho de fé no percurso a pé para Fátima. Para o diretor do Serviço de Pastoral Litúrgica do santuário, “a realidade de Cristo é tão decisiva para a humanidade e, ao mesmo tempo, tão estranha ao modo comum de pensar, que todo aquele que alinha por Cristo é quase, inevitavelmente, marginalizado e, por vezes, chega a ser eliminado”, defendendo que “quem traz dentro de si a força de Deus, o seu amor e a sua justiça, não precisa de usar violência”.

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O Santuário de Fátima lembrou  esta segunda-feira os cinco peregrinos que morreram atropelados em Cernache, Coimbra, pedindo aos fiéis orações pelos familiares das vítimas e que não caiam “em julgamentos ou lamentos infecundos”.

Na saudação inicial na missa do peregrino a pé, na Basílica da Santíssima Trindade, o padre Sérgio Henriques, capelão do Santuário de Fátima e diretor do Serviço de Pastoral Litúrgica, afirmou que a alegria desta celebração “está também marcada pela dor do acontecimento da passada madrugada do dia 2 deste mês, em que mortalmente foram colhidos em Cernache” cinco pessoas, cujos nomes e idades enumerou.

O sacerdote fez votos para que os feridos do acidente tenham uma “rápida recuperação” e pediu orações “pelos familiares que vivem o momento de dor e se interrogam sobre o porquê do acontecido, para que Nossa Senhora a todos console”.

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No início da celebração, o sacerdote pediu ainda “para que o sacrifício, as dores e sofrimentos vividos ao longo de toda a caminhada sejam aceites por Deus, em comunhão com os sofrimentos de Cristo que carregou a sua própria cruz em ato de amor e de doação”.

“Damos graças pela caminhada realizada, pelo convívio acontecido, pela entreajuda efetuada e pela transformação operada em vossas vidas”, acrescentou.

Já na homilia, o padre Sérgio Henriques salientou que é “nos momentos de prova e de dúvida, como os acontecidos na tragédia” de Cernache, que a “força divina nos torna capazes de avançar, mesmo envolvidos nas interrogações, no porquê”.

“Não caímos em julgamentos ou lamentos infecundos. As lágrimas que brotam envolvem-se na esperança e no perdão para que elas possam um dia vir a secar”, exortou o sacerdote.

“A vossa caminhada de peregrinos a pé é, de verdade, uma doação, uma entrega de vida, um derramamento de sangue por amor. Pensemos nesses cinco que caminhavam até este santuário. É o ser mártir, onde tantas vezes se é incompreendido, ridicularizado e até explorado”, sublinhou.

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Conhecida como a “missa do peregrino a pé”, esta eucaristia faz parte do programa oficial do Santuário de Fátima há vários anos, como momento principal de acolhimento a todos os que chegam a Fátima a pé para participar nas peregrinações aniversárias.

A peregrinação internacional aniversária de maio, 98 anos depois dos acontecimentos na Cova da Iria, começa na terça-feira, às 18:30, na Capelinha das Aparições. É presidida pelo cardeal arcebispo de Aparecida, no Brasil.

 

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