Cerca de 100 pessoas invadiram esta quinta-feira as instalações do Novo Banco em Viseu, reclamando os seus direitos e exigindo o dinheiro investido em papel comercial no Banco Espírito Santo (BES).
Ao som de vários apitos e com um altifalante a ecoar palavras de ordem, os manifestantes entraram por volta das 12:00 nas instalações do banco, empunhando cartazes e gritando «Queremos o nosso dinheiro».
«Ladrões, gatunos e aldrabões» são as palavras mais repetidas pelos lesados que reclamam poupanças de uma vida.
«O banco é nosso. Enquanto não nos pagarem o que é nosso temos o direito de o ocupar», defenderam.
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Entre os lesados contava-se o viseense Francisco Matos, de 76 anos, que diz ter perdido centenas de milhares de euros, que amealhou ao longo de uma vida de trabalho, em que sábados, domingos e feriados não eram vistos como dias de descanso.
«Estive 15 anos em Angola e deixei lá tudo. Vim para Portugal e comecei do zero: foram anos de muito sacrifício e agora estes 'caras de pau' tiraram-me as economias», lamentou.
Durante cerca de 45 minutos os manifestantes permanecerem na dependência bancária, para depois manterem o protesto à entrada, onde ainda se mantêm, ocupando a estrada que passa por detrás da Câmara Municipal de Viseu.
A 03 de agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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