Às 13 horas estão de regresso à base do São João. Durante uma hora a sirene do telemóvel não se fez ouvir. Os técnicos aproveitam para descontrair. Nas instalações da base, além de uns pequenos quartos, usados para os momentos mais calmos de quem faz o turno da noite, há uma sala com televisão e computador. Entre uma espreitadela às notícias e uns jogos de computador, o tempo passou a voar.
14.00 horas: quarta chamada
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A chuva intensa que se faz sentir na cidade do Porto atrapalha as deslocações. O trânsito está complicado e Cristina faz soar insistentemente a sirene para que os automóveis de afastem e deixem passar a ambulância. Finalmente chegam à rua das Antas. O doente está num café. Estava a almoçar quando teve uma crise de ansiedade. A equipa do INEM mede-lhe a tensão e faz-lhe mais alguns exames. Depois, conclui que não é preciso levar o doente ao hospital, até porque ele prefere não ir. Mesmo assim, aconselham-no a ir ao médico para vigiar as tensões.
São quase 15 horas. Falta pouco mais de uma hora para o turno acabar e a equipa ainda nem almoçou. O almoço rápido faz-se num centro comercial da cidade. E Abel e Cristina avisam a reportagem do PortugalDiário que podem ter de sair a qualquer momento e deixar o almoço a meio. Quando estavam mesmo a terminar de comer, nova chamada.
15.20 horas: última chamada do turno
O caso parecia grave, por isso, além da ambulância, a VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), que integra uma médica e uma enfermeira, também foi chamada. A paciente é uma idosa que registava tensões altas e dores. Tem historial de enfartes e, à chegada, a equipa do INEM pensou que se tratava de outro enfarte. Acabou por não se confirmar, mas o facto de ter algumas alterações no electrocardiograma levou a médica a decidir pela hospitalização.
Abel e Cristina levam a idosa para o São João. Foi a última chamada do dia. Este nem foi um turno muito complicado, mas há dias que os marcaram. Abel recorda o parto que fez de um prematuro que acabou por morrer. Cristina não esquece o acidente de viação que vitimou um bombeiro. O segredo, garantem, é falarem uns com os outros e não levar o trabalho para casa.
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