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Garcia Leandro compreende «grande desilusão» de Otelo

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Em causa as declarações polémicas sobre o 25 de Abril

O tenente-general Garcia Leandro, que foi o primeiro governador de Macau após o 25 de Abril, disse à agência Lusa compreender a «grande desilusão» que revelam as recentes declarações de Otelo Saraiva de Carvalho.

«Percebo perfeitamente quando (Otelo Saraiva de Carvalho) diz que face ao estado a que o país chegou não fazia a revolução do 25 de Abril, é uma metáfora, é dizer para que é que foi todo este esforço para depois chegarmos a estes resultados», disse Garcia Leandro em Macau, à margem de uma visita que concluiu ao território.

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Para o general que cumpriu cinco comissões de serviço no ex-Ultramar e, em 51 meses de Macau no pós-revolução dos cravos, lidou com oito governos, cinco primeiros-ministros e dois presidentes da República, Otelo Saraiva de Carvalho fez uma «declaração que significa uma grande desilusão» que diz «compreender».

«Mas parece-me que na situação a que se chegou naquela altura (25 de Abril) não havia alternativa e a história também não se pode reescrever nem refazer, por isso percebo perfeitamente a desilusão que a frase tem», salientou, acrescentando que «compreende, mas não quer partilhar» das ideias de Otelo.

Por outro lado, Garcia Leandro diz «não subscrever» a tese de Otelo de que uma nova revolução só acontecerá com a perda de direitos dos militares, considerando que «isso não seria viável nem uma solução para nada».

«Não subscrevo claramente, não só porque não é a solução, como os regimes democráticos têm sempre soluções para os seus problemas, e o sistema militar, os militares fazem parte de uma sociedade que está organizada em Estado, dependem do poder político e não podem tratar do assunto de um modo separado», defendeu.

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Ao considerar que «cada caso é um caso e cada época é sua época», Garcia Leandro lembra que, em 1974, a «revolução foi feita depois de muitas tentativas internas para se tentar resolver a situação no país».

Naquele tempo «tínhamos um regime autoritário, uma guerra, não havia alternativas de discussão, foram feitas tentativas para a liberalização do regime e para a descolonização que não foram conseguidas e houve toda a legitimidade e necessidade dessa revolução», observou.

Com a democracia, o poder foi entregue aos «partidos políticos, aos representantes do povo eleitos com resultados bastante frágeis, como hoje estamos a ver que são alguns, uns por responsabilidade interna, problemas estruturais, e outros de carácter internacional», constatou.

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